São 100 anos de história, e estórias mil.
O OUP será, porventura, a maior, e mais prestigiada instituição cultural/artística académica do país, a par com o orfeão Académico de Coimbra (e os Antigos Orfeonistas), a TAUC (como grémio associativo) e os Antigos Tunos da TAUC.
O OUP prestou ao país e aos estudantes, nomeadamente na região do Porto, um serviço benemérito e de valor inigualável.
Merece o respeito, justifica-se, até, a inveja de quem, como eu, nunca teve a sorte de pertencer a um organismo assim (pois nunca fui estudante do Porto).
No que concerne à comunidade tunante, bastaria apenas referir que é pela mão do OUP que se introduz em Portugal o conceito de Festival de Tunas, sendo o seu certame o mais antigo do país.
Já a sua Tuna, embora mais antiga que o Orfeão, foi, desde sempre, uma das suas mais prestigiadas facetas, sendo a TUP, a par com a TAUC e a Tuna do Liceu da Évora, as mais antigas agremiações tunantes académicas do país.
Entre muitos e muitos galardões, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade do Porto, a Comenda da Ordem de Benemerência (assinalável esta distinção) e a Comenda da Ordem de Instrução Pública (pelo seu papel na divulgação da cultura portuguesa junto das populações mais isoladas, bem como no estrangeiro). Poucos se podem gabar de tal, a sublinhar, precisamente, o impacto e o mérito do Orfeão, muitas vezes, e injustamente, esquecido, menorizado ou relativizado.
A actividade do OUP não se ficou pela simples performance artística per si, pois o seu altruismo, generosidade e sensibilidade pelo meio onde se inseria, levou a que muitas ambulâncias fossem compradas com o dinheiro angariado nos espectáculos, muitas igrejas ou instalações paroquiais fossem recuperadas, a um sem número de agremiações culturais pudessem ser reestruturadas, reequipadas ou vissem realizado o sonho de uma nova sede.
Quantas gerações ali fizeram/iniciaram a sua formação artística , ali beberam valores e saberes que nenhum dinheiro paga, ali encontraram uma família de muitas gerações, de muitas histórias, de muitas glórias e passado ilustre?
Podem orgulhar-se todos os que contribuíram para estes 100 anos de história, tal como todos nós que apreciamos o trabalho bem feito e sabemos reconhecer o méritoa quem o tem, de facto, nos orgulhamos de ainda ter instituições neste país que produzem com qualidade, muitas vezes sem subsídios, sem apoios, e quase sempre na abnegação e gratuidade dos seus componentes.
Parabéns OUP!
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