Para os verdadeiros Académicos, os Tunos, os Praxistas, os estudantes, que não apenas do Porto.
Leiam com tempo e paciência. É longo, mas de sobremaneira importante pela gravidade e pela necessidade de informar e formar.
I PARTE
Começar por dizer que tem sido, nestes últimos dias, um corrupio em torno deste lamentável incidente, o qual, contudo, veio apenas confirmar o que toda e qualquer pessoa de bem e com dois dedos de testa sabe: é o “Magnum do Porto” (o dito "Conselho de Veteranos" - que é mais um grupo geriátrico de ressabiados, isso sim) um organismo que parasita a Praxe e é liderado por uma pessoa que me escuso adjetivar para não cair no insulto grosseiro.
O video que se segue retrata a ponta o icebergue:
O que se passou, de facto? Bem, apesar do que, precipitadamente, e sem ouvir as partes, referiu a publicação "Porto24" (publicação que, mais tarde, então sim, trouxe a lume a outra versão), o que sucedeu, segundo as fontes consultadas, e que assistiram in loco, foi o seguinte:
c) Ficou acordado que o Grupo de Fados do OUP, o qual estava no ano do seu Centenário, levaria mais elementos do que o costume, num total de 19 pessoas, pertencentes a várias gerações do grupo - algo que todos acharam boa ideia - por ser este ano o dos 100 anos do Orfeão.
Apesar disso, alguns elementos do “Magnum” (devido a questões antigas, algumas pessoais, nomeadamente o facto de OUP não se vergar ao Conselho de Veteranos), queriam que o grupo do OUP não fosse a palco com essa gente toda ou nem fosse sequer.
O Dux, numa atitude surpreendente (pois foi caloiro "expulso" do OUP), tomando a defesa daquilo que ele considera “carinhosamente”, ainda o assim, “o seu Orfeão” afirmou que não, que o grupo de fados do OUP ia (como tinha de ir, forçosamente) e que era ele que mandava. Tudo isto se passou à frente da própria esposa do Dux (antiga orfeonista) que ali estava também.
Este recusou, alegando que “Não tenho nada que falar com o [Dux Veteranorum] por telemóvel”. Pediram então para falar com o Coordenador da Serenata e o responsável da FAP, e o mesmo indivíduo continuou a recusar chamar fosse quem fosse. Continuaram as tentativas de o chamar à razão, sem sucesso.
Está bem de ver o ridículo e a má fé e uma "vingança pessoal", abusando de um poder que não tinha sequer.
A ideia era fazer arrastar a questão com o objectivo de atrasar a entrada do OUP o mais possível, para dar pretexto a que se mandasse um outro grupo abrir a serenata, colocando a culpa na “intransigência” do OUP – eventualmente fazendo-os desistir, vencendo pelo desgaste.
ATENÇÃO: Tradicionalmente, cabe ao Grupo de Fados do OUP abrir a Serenata, por ser o mais antigo.
Porque eram assim injustificadamente impedidos, e já fartos daquela palhaçada, passava pouco da meia noite (dá para ver pela hora do vídeo), deram voz à sua indignação os orfeonistas (e antigos orfeonistas) cantando a "Samaritana", ali mesmo onde estavam.
Esta atitude de protesto enfureceu o Dux do ISEP, que investe da forma que se vê no vídeo e empurra diversas vezes um elemento do OUP (segundo 16 do vídeo), que, farto de se ver agredido – apesar de outros elementos do OUP o tentarem dissuadir – mais não fez do que reagir a uma agressão (segundo 20 do vídeo): quem “atirou a primeira pedra” foi o dito cujo veterano da praxe.O Grupo de Fados do OUP retira-se, então, do local
Pouco depois (por volta das 00:30), e muito convenientemente, chegava o Dux Veteranorum.
O que fica, contudo, para a história, é que, formalmente, a serenata começou já quase às 00:30, sem abertura oficial por parte do grupo que deveria fazê-lo: o do OUP.
MAS PIOR DO QUE ISSO: A SERENATA COMEÇOU SEM QUE HOUVESSE A TRADICIONAL ABERTURA COM A FÓRMULA DA PRAXE: “ In nomine Solenissima Praxis, Serenatae Queimae Fitarum MMXII aberta est.”
A vaidade pessoal, o ódio incontido, a vontade de insultar e humilhar foi mais forte do que a Praxe que dizem defender. Triste.
É uma atitude pequenina? É.
É daquelas atitudes sem impacto mediático, mas que mostram claramente quem respeita a Academia e quem a não respeita.
II PARTE
Na madrugada desta terça-feira, os elementos do OUP, reunidos de emergência, em razão dos incidentes ocorridos, foram importunados pelos dito "Conselho de Veteranos" à porta da sua sede, procurando estes últimos a intimidação e desafiando os elementos reunidos a apresentarem-se na Praça dos Leões para ali serem, pelos vistos, expeditamente julgados e, pasme-se, praxados.
Poderá o Dux Veteranroum alegar que era só para conversar com o Presidente do OUP, mas só um néscio acredita, pois quando queremos conversar, pegamos no telefone e falamos com a pessoa, combinamos um lugar ou vamos ter com ela.....e não mandamos a matilha fechar a rua, fazendo cerco à sede do OUP.
Um clima de ameaça por parte de gentalha que não tem qualquer legitimidade, não existe juridicamente, é claramente anti-praxe na sua forma de agir e estruturar e, contudo, veste a pele de uma qualquer milícia do 3.º mundo, pronta a ajustes de contas à boa maneira de um gangue de meliantes.
Essa trupe de facínoras, composta pelos líderes e dezenas de ultra-radicais (que nem devem saber do que se passa, mas seguem o líder da matilha sem questionar) manteve-se de pedra e cal até bem perto das 5 da manhã.Só não se percebe por que razão não foi pedida intervenção da PSP. Eram identificados os senhores e acabava-se, logo ali, a brincadeira.
III PARTE
O que espantou, ou não, meio mundo (pelo menos aqueles que andam atentos e/ou não se deixam levar em conversas), foram as declarações do Dux ao "Porto24" (acima linkadas), contradizendo-se, contrariando o que dissera na reunião preparatória (como se pode assim mentir, quando a própria esposa desse senhor estava presente na reunião onde concordara com tudo?) e dando o dito pelo não dito, num claro exercício de perjúrio e de total falta de carácter.
Só que a versão que o "Porto24" tão depressa publicou (sem ouvir as partes - quase parecendo um artigo feito por encomenda) foi logo desmentida nos comentários que a ela se seguiram (às dezenas).
Fica aqui apenas um deles (datado de 7 de Maio e colocado às 22h54), por parte de quem assistiu, que se identifica como "Tiago", e que não era parte envolvida:
"Eu estive a 2 metros do acontecimento.
Vi tudo e ouvi tudo.Facto 1 – A FAP convidou o Grupo de Fados do OUP a abrir, como sempre aconteceu, a Serenata Monumental.
Facto 2 – Às 23h40m o Grupo de Fados foi informado no local que apenas poderiam entrar 10 elementos. 3 semanas antes o Grupo de Fados do OUP havia informado a FAP que iria levar 25 elementos
Facto 3 – O Grupo de Fados do OUP realizou o Sound Check normalmente.
Facto 4 – O Orfeão Universitário do Porto cedeu os estrados à FAP para a realização da Serenata.
Facto 5 – Os elementos do Grupo de Fados do OUP ao dirigirem-se para entrar no acesso ao palco foram informados que em vez dos 10 afinal só poderiam entrar 5 elementos.
Facto 6 – Um elemento do Grupo de Fados do OUP telefonou ao Américo Martins relatando o sucedido. O Américo pediu para passar o telemovel ao Dux do ISEP que barrava a entrada, que recusou dizendo “Eu não falo com o Américo pelo telefone”
Facto 7 – Passado 5 min da meia noite e cumprindo a tradição que criou, o grupo de Fados do OUP juntamente com outros estudantes começaram a cantar a Samaritana o que levou o Dux do ISEP partir para a agressão.
Facto 8 – O Américo quando chegou já esta situação tinha terminado."
Perante tudo isto, claro está que foi grande o burburinho, com amplo eco nas redes sociais e na Net (informar, já agora, segundo se sabe, que o "Magnum" proíbe os seus seguidores de comentarem na Net, porque dizem que a Praxe não se discute aí, como se a Net fosse "anti-praxe", só para verem a tarimba dessa gente que no seu autismo prepotente, nem se submete ao contraditório, pois sabe que seria ridicularizada pela sua falta de competência, saber e argumentos).
Recentemente houve uma discussão acesa no blogue do Praxe-Porto, sobre a Praxe no ESEIG e ficou bem patente os muitos insultos de certos partidários radicais e fundamentalistas (acabando muitos deles por retirarem os posts, depois de terem sido, como se veio a saber, advertidos pelo seu pseudo-organismo de praxe, para não comentarem mais ou retirarem as intervenções,nas quais se cobriam de ridículo, diga-se).
IV PARTE
Em razão do sucedido, o OUP deliberou e expressão tal numa carta aberta que publicou ontem:
CARTA ABERTA DO ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO
AO MAGNÍFICO REITOR DA UNIVERSIDADE DO PORTO, AOS PRESIDENTES DOS CONSELHOS DIRECTIVOS DAS FACULDADES DA U.PORTO, AOS DIRIGENTES DAS ESTRUTURAS ACADÉMICAS DA UNIVERSIDADE E DA ACADEMIA DO PORTO, AOS FUNCIONÁRIOS, AOS ESTUDANTES A TODA A UNIVERSIDADE DO PORTO E RESTANTE ACADEMIA DA CIDADE
Uma deliberação que vem já com anos de atraso, mas que veio, finalmente.
Resta esperar que possam os prevaricadores, esses tais, porventura frustrados por não terem lugar nas juventudes partidárias, e que só conseguem polir seus egos no meio dos putos (nomeadamente dos mais ingénuos e desinformados), serem devidamente punidos, desde logo lhes retirando todo a autoridade e reconhecimento; ignorando-os, simplesmente.
V PARTE
Decorrente da deliberação do OUP, é publicado o seguinte cartaz, em jeito de comunicado:

Lá está: quando as pessoas misturam Praxe Tunas........
Bem sabemos do que sucedeu há pouco tempo, com o Magnum a atacar vergonhosamente as Tunas da Portucalense (apenas como consequência de terem exonerado o Dux de lá), declarando-as anti-praxe, e ameaçando todas as demais que aceitassem ou lhe fizessem convites do mesmo ostracismo.
Obviamente que grupos houve que despiram a sua condição de Tunas e se venderam, passando a Trupes Musicais da Praxe (claro está, com o ISEP à cabeça).
Desta feita, a TUP e a TFOUP, responderam à altura, não se misturando e deixando claro que o que é de Tuna não é de Praxe.
Mas tarde se seguiram outros grupos do OUP, não participando no Sarau.
Pena, ainda assim, que só agora, e porque lhe pisaram os calos, é que se insurgissem, quando ficaram (como tantas outras) caladas aquando do vil ataque do “magnum” às Tunas da Portucalense.
Quem sabe se com estes exemplos, o mundo tunante não passa a agir e a pôr em campo a devida auto-regulação, a unir-se e a defender a sua comunidade como um todo. O mesmo com os praxistas, os académicos e com os que querem uma Praxe digna.
EPÍLOGO
A resposta adequada a tudo isto seria que todas as demais tunas, Tunas de facto, procedessem do mesmo modo, mas bem sabemos que o palco do FITA é razão suficiente para trocarem a sua idoneidade e venderem a própria alma.
Alongo-me, ainda mais, com uma citação de um artigo fabuloso, escrito em 2007, e já nessa altura mostrava precisamente estas ingerências do Conselho de Veteranos, demonstrando a pequenez intelectual, a mediocridade praxística, e falta de chá de uma pandilha que nem o seu lugar sabe ocupar, pensando poder ombrear com o OUP.
O artigo em causa teve que ver com o facto de o Grupo de Fados do OUP não ter sido convidado para a Serenata de Recepção ao Caloiro. A coisa já vem de longe.
"Ora, ou muito me engano, ou há aqui veteranada. Fartos de não terem autoridade, as cabecinhas pensadoras da nossa praxe viraram-se para o autoritarismo. Deu-lhes para porem no mesmo pé de igualdade o OUP e os restantes agrupamentos circum-escolares (se é que têm esse estatuto). E aqui começa o erro fatal:
1 - o OUP é uma instituição mais antiga do que a maioria das faculdades da Universidade do Porto;
2 - o OUP, do alto dos 95 anos de História e de memória viva da Academia - para o bem e para o mal -, não aceita lições de praxe de ninguém, nem precisa de ser chamado às responsabilidades académicas que sempre soube cumprir - quando para isso teve condições;
3- o OUP trajou capa e batina durante o PREC, numa altura em que os pais de alguns dos actuais "Duces Facultis" ainda nem haviam começado a namorar...
4 - o OUP sempre manteve um grupo de fados, dentro da medida das suas possibilidades artístico-etílico-voluntariosas e, com isso, criou uma escola e uma continuidade - coisa que nenhuma das outras faculdades da UP (e não só) mantém, sequer; regra geral, esses grupos foram (são) intenções espúrias e sobrevivem para Queimas e afins graças a velhas glórias que só aparecem nessas alturas;
5 - este vosso criado, que tantos ouvidos arranhou com as suas guitarrices, por exemplo [não desfazendo o enorme Zé Costa, o supremo Ruizão, o academíssimo Misha, o incansável Astro, o veteraníssimo Tocas, o esforçadíssimo Tutan, e tantos outros (perdoem-me a não-inclusão no rol) que actualmente militam na Veterana] deixou o OUP e, por consequência, o Grupo de Fados, ainda as cabecinhas (muito "inhas"...) pensadoras não sabiam as primeiras letras;
(...)
onde estavam esses "senhores" quando o OUP:
1. reintroduzia a capa e batina no Porto?
2. constituía o acervo da memória da Praxe?
3. cedia as suas instalações e o seu potencial humano na adopção da capa e batina como traje académico nacional em detrimento da velha "loba"?
4. aderia aos lutos académicos de 1914, 1939 e 1969?
5. levava aos quatro cantos do mundo o nome da Academia, ao som dos Amores de Estudante?
6. criava o conceito de Festival de Tunas em Portugal?
7. moldava o rosto da queima com a Romaria Académica?
8. manteve a Praxe viva, contra ventos e marés politiqueiras?
9 . criava o traje feminino?...
10. era agraciado com a Medalha de Ouro de Mérito Artístico da Cidade do Porto?
11. a sua alta conduta cívica e moral lhe valiam a Comenda da Ordem de Benemerência (atente-se bem no significado desta comenda)?
12. o seu papel inigualado na divulgação da cultura portuguesa junto das populações mais isoladas lhe valia a Comenda da Ordem de Instrução Pública (e reflicta-se no significado deste galardão) - quantas ambulâncias foram compradas com o dinheiro angariado pelos espectáculos que o OUP ofereceu? Quantas igrejas recuperadas? Quantas agremiações culturais reestruturadas, reequipadas, "re-sedeadas"?
14. dava dos estudantes do Porto a imagem de generosidade, daqueles que, mais favorecidos pela sorte, partilhavam com irreverência e galhardia o seu tempo, sempre com o mesmo brio, no palácio como na choupana?
Quantas outras instituições de cariz académico desta cidade, e mesmo sem este cariz, pode apresentar algo que sequer se assemelhe? Não certamente o Magnum... Sem desprimor para os outros grupos de fados, que não devem ser responsabilizados por esta fantochada: também eles não podem fazê-lo...
Para tudo resumir: onde estava o Magnum Consilium Veteranorum quando o OUP cumpria SOZINHO as OBRIGAÇÕES DE TODOS?Espera lá: NÃO estava, pura e simplesmente. E pasme-se: PORQUE NEM SEQUER EXISTIA!...
Isto, se mais não fosse, deveria fazer corar de vergonha os perpetradores da aleivosia.
Como Académico, sinto-me desconsiderado e injustiçado. Como Orfeonista, sinto-me muito acima desta tropa fandanga de veteranos de 3/4 de mês - tanto que a surpresa é maior do que o real valor do insulto.
Pessoalmente, reajo muito mal às injustiças. Não me critiquem por reagir ainda mais a uma injustiça que considero pessoal."
in http://tvpenianos.blogspot.pt/ (artigo de Eduardo Coelho, de 22 Outubro 2007).
Termino deixando o link para 2deliciosos artigos de opinião, precisamente sobre esta questão:
http://asminhasaventurasnatunolandia.blogspot.pt/2012/05/aventura-da-teima-das-pitas.html
e
http://asminhasaventurasnatunolandia.blogspot.pt/2012/05/aventura-do-fita-requiem.html