<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/48/2307/1600/costumes.jpg"><img alt="" border="0" src="http://photos1.blogger.com/blogger/48/2307/200/costumes.jpg" style="float: right; margin: 0px 0px 10px 10px;" /></a><br /><a href="http://photos1.blogger.com/blogger/48/2307/1600/Traje.jpg"></a><br /><span style="color: #6666cc;"><strong>Traje Académico, do Hábito Talar à Capa e Batina</strong></span><br /><br />Comummente conhecido como “Capa e Batina”, o traje académico representa tão somente uma feição contemporânea do “Hábito Talar”, indumentária clerical que existe desde a fundação da Universidade em Coimbra (Bula “STATU REGNI PORTUCALIAE” do Papa Nicolau IV), por D. Dinis “O Lavrador”(1279-1325) em 1290. Com efeito, desde sempre e durante a idade média a maioria dos escolares eram clérigos que trajavam conforme a sua condição e hierarquia.<br />Os Doutores, Mestres e Lentes distinguiam-se pelo uso do vestido talar de inspiração romano-clerical (loba e sotaina) e Becas coloridas segundo a moda reinante na corte, isto, além dos hábitos das ordens religiosas, num todo complementado pelo Capelo ou Murça e Barrete com borlas (semelhante ao usado pelos cónegos), ao qual se juntava o Anel e a Capa.<br />Os Escolares por seu lado vestem consoante a sua condição de civis ou eclesiásticos, sendo elementos mais característicos a Loba, a Sotaina e a Capa, que aliás acabam por prevalecer a partir do séc. XVI.<br />Com D. João III, na sua ordenança para os estudantes datada de 1539, podemos já falar em Traje Académico, onde o mesmo é rigorosamente definido (Loba, Sotaina, Capa com gola, Calções de talho liso, Botas ou borzeguins e Barrete redondo ou tricórnio). São no entanto inequívocas as influências sofridas da vizinha Espanha (Valladolid e Salamanca), nomeadamente nos cerimoniais académicos (de notar por exemplo que os cerimoniais de doutoramento em tudo se assemelham aos da ordenação dos Bispos), até porque as primeiras insígnias académicas eram as trazidas pelos escolares que estudavam em Paris, Bolonha ou Salamanca.<br />O Traje Académico oscilou sempre na sua composição em razão de muitos clérigos trajarem segundo a sua condição, ordem a que pertenciam e hierarquia que ocupavam ,etc.<br />Verificam-se diversas alterações no traje que ocorrem no séc. XVI, XVII e XVIII, sendo que o actual tem origem no séc. XIX com implementação da calça comprida, camisa e gravata e botins pretos (o calção, meia, sapato de fivela e cabeção apenas se mantêm nos cerimoniais de Doutoramento e Actos de Bacharel). <br />O actual traje, vulgo "capa e batina" é um corte com as antigas vestes talares, fruto do contexto republicano e anti-clerical vivido na época, substituindo as antigas paruras por um modelo assimilado, ou em tudo parecido, com as vestes burguesas. A capa, que incialmente estava previsto desaparecer, é mantida pro vontade exclusiva dos estudantes (pelo imaginário romântico masculino dos romances de capa e espada). O seu uso dissemina-se, gradualmente, a partir da década de 80 do séc. XIX, embora conviva com outros trajes equiparados e reconhecidos com trajes académicos (trajes militares ou o usado na Escola Agrária de Coimbra). Será só a partir de 2ª metade do séc. XX que a capa e batina assume o seu actual cariz transversal e nivelador em termos estéticos, até ao surgimento de novos panos (a partirde dos anos 80/90 do séc. XX).<br /><br />Em 1911 o Governo da República decretou a extinção da obrigatoriedade do uso diário do traje, que se continuou a usar por pressão dos estudantes do Orfeão e Tuna de Coimbra e Porto, segundados pelso estudantes de Lisboa.<br /><br /><br />Só na década de 1957 o traje ganha sobriedade passando este a ficar (bem como tudo o relativo à Praxe) sob tutela do Conselho de Veteranos.<br />O Traje feminino surge pela mão das estudantes do T.E.U.C. que avançaram em 1951 com um modelo de Fato Saia-Casaco, pois até aí trajavam um modelo mais perto da tradição anglo-saxónica. A partir de 1953 predominaria o novo traje cuja divulgação em muito se deve ao surgimento do Coral de Letras e do Orfeon Misto. <br /><br />Bibliografia: <em>“Subsídio para o estudo genético-evolutivo do Hábito Talar na Universidade de Coimbra”</em> de António Nunes, [in Revista “Via-Latina” – Ad Libitum, 1988/89.]
Artigos do blogue Notas&Melodias, dedicado à investigação e divulgação da Praxe e Tradições Académicas genuínas, a par com alguns artigos publicados no grupo FB "Tradições Académicas & Praxe".
domingo, 24 de abril de 2011
Notas sobre o Colete....de forças!
Noticiado recentemente, através, nomeadamente, da TV, parece que, lá pelos lados do Mondego, se vive uma situação assaz insóltia sobre as incidências da revisão do Código da Praxe e o traje feminino.
Em idos de 2001, foi dada a opção das senhoras usarem colete por baixo do casaco. Seja por que razão for, o uso, apenas opcional, disseminou-se por toda a academia, passando colete a entrar com naturalidade, como peça do vestuário feminino do Traje Académico.
Não era obrigatório, mas era permitido, daí que, com mais ou menos pressões comerciais, passou a ser peça presente na venda do traje.
Ora, parece que a opção dada foi AGORA revogada e que a nova revisão do código conimbricense proíbe determinantemente o uso do dito colete pelas senhoras.
Dura praxis sed praxis, diríamos nós. O Conselho de Veteranos legislou, e decidiu, e em matéria de praxe as decisões decretadas, por aquele que é o órgão máximo da praxe, são lei.
Contudo, tal não implica que seja uma decisão correcta. Pessoalmente, julgo que não é, de todo, o caso, muito menos os motivos aludidos que empalidecem que os proferiu.
Antes de mais, deveria ter sido salvaguardado o caso da retroactividade da lei, não penalizando quem já usa o dito colete ou ou adquiriu, até à aprovação das alterações à lei.
As novas disposições deveriam entrar em vigor para todos aqueles (aquelas, neste caso) que, posteriormente à mesma, viessem a trajar.
Neste aspecto, parece que a decisão não foi "coerente".
Quanto às razões evocadas pelo Dux-Veteranorum da academica de Coimbra, parecem-me mal urdidas e amanhadas, e os argumentos apenas provam incompetência e falta de saber.
Justificar o colete como sendo peça de vestuário tipicamente masculina, quando actualmente a calça (que sempre o foi) é de uso comum em ambos os sexos, parece-me ser mais machismo do que tradição (nós, homens, que até já usámos longos vestidos na idade média).
Parece-me que o Dux-Veteranorum de Coimbra precisa de rever os seus apontamentos sobre traje e etnografia, já que o colete é peça do vestuário feminino há muito tempo (apresentando-se, também em alguns casos, sob a forma de corpete) e em muitos locais do país (e estrangeiro). Basta dar o exemplo do trajo de trabalho das mulheres de Espinho, do colete vermelho das senhoras da Póvoa do Varzim, da lavradeira do Minho, só para citar alguns.
É pois, muito pouco consentâneo ouvir afirmações desse tipo em directo para a televisão. Todo e qualquer pessoa minimamente conhecedora de folclore, por exemplo, já para não dizer de história ou etnografia (ou de praxe), certamente que se levanta da cadeira perante tais argumentos.
Para um líder de uma cademia de referência, a nossa Alma Mater, fica uma pálida imagem da qualidade e competências que assitem a quem deve ser um exemplo de excelência no conhecimento das matérias que tem por função promover, preservar e orientar.
O colete não retira a feminilidade das mulheres - quando até é uma peça que usualmente se usa debaixo da batina/casaca, e muito menos em que é que tal possa atentar à tradição, principalmente depois da "abertura", velada de opcional, dada em 2001.
Este tipo de avanço e retrocesso, a jeitos de "experiência piloto" é um tiro no pé e um hino à falta de ideias e bom-senso de quem preside aos destinos da Praxe.
Por outro lado, o uso do colete beneficia, até, o porte e postura, evitando que as batinas pareçam árvores de Natal ou oficiais soviéticos, de tantos p'ins que levam nas lapelas (há quem nem se dê conta do ridículo dessa ostentação desbragada), passando os ditos "coisos" para um local mais discreto: o colete.
Não é o caso em Coimbra, mas a sua utilidade provou-se noutras academias, também para o caso dos pins.
Assim, em momentos ou eventos de maior cerimónia, basta fechar/abotoar a casaca ou batina e fica-se com um aspecto mais condigno, formal e aprumado, secundum praxis.
Na minha academia (de praxis baseada na de Coimbra), aquando da revisão do código (1998/99), foi introduzido o colete no traje feminino, algo que trouxe maior comodidade às senhoras (menos expostas fisicamente, e com local onde porem, para as mais "vaidosas" os p'ins).
Tal não retirou, nem menorizou, a estética do seu traje e do seu porte, e muito menos lhes acrescentou "pêlo na venta".
Já se viveu, em tempos, a guerra das calças, que muitos temas do nosso folclore e música popular ilustram.
Estaremos para assistir a novo reatar bélico entre géneros?
A primeira pedra já foi atirada pelas calças do Conselho de Veteranos. Aguardamos a resposta das saias da Academia Coimbrã.
Em idos de 2001, foi dada a opção das senhoras usarem colete por baixo do casaco. Seja por que razão for, o uso, apenas opcional, disseminou-se por toda a academia, passando colete a entrar com naturalidade, como peça do vestuário feminino do Traje Académico.
Não era obrigatório, mas era permitido, daí que, com mais ou menos pressões comerciais, passou a ser peça presente na venda do traje.
Ora, parece que a opção dada foi AGORA revogada e que a nova revisão do código conimbricense proíbe determinantemente o uso do dito colete pelas senhoras.
Dura praxis sed praxis, diríamos nós. O Conselho de Veteranos legislou, e decidiu, e em matéria de praxe as decisões decretadas, por aquele que é o órgão máximo da praxe, são lei.
Contudo, tal não implica que seja uma decisão correcta. Pessoalmente, julgo que não é, de todo, o caso, muito menos os motivos aludidos que empalidecem que os proferiu.
Antes de mais, deveria ter sido salvaguardado o caso da retroactividade da lei, não penalizando quem já usa o dito colete ou ou adquiriu, até à aprovação das alterações à lei.
As novas disposições deveriam entrar em vigor para todos aqueles (aquelas, neste caso) que, posteriormente à mesma, viessem a trajar.
Neste aspecto, parece que a decisão não foi "coerente".
Quanto às razões evocadas pelo Dux-Veteranorum da academica de Coimbra, parecem-me mal urdidas e amanhadas, e os argumentos apenas provam incompetência e falta de saber.
Justificar o colete como sendo peça de vestuário tipicamente masculina, quando actualmente a calça (que sempre o foi) é de uso comum em ambos os sexos, parece-me ser mais machismo do que tradição (nós, homens, que até já usámos longos vestidos na idade média).
Parece-me que o Dux-Veteranorum de Coimbra precisa de rever os seus apontamentos sobre traje e etnografia, já que o colete é peça do vestuário feminino há muito tempo (apresentando-se, também em alguns casos, sob a forma de corpete) e em muitos locais do país (e estrangeiro). Basta dar o exemplo do trajo de trabalho das mulheres de Espinho, do colete vermelho das senhoras da Póvoa do Varzim, da lavradeira do Minho, só para citar alguns.
É pois, muito pouco consentâneo ouvir afirmações desse tipo em directo para a televisão. Todo e qualquer pessoa minimamente conhecedora de folclore, por exemplo, já para não dizer de história ou etnografia (ou de praxe), certamente que se levanta da cadeira perante tais argumentos.
Para um líder de uma cademia de referência, a nossa Alma Mater, fica uma pálida imagem da qualidade e competências que assitem a quem deve ser um exemplo de excelência no conhecimento das matérias que tem por função promover, preservar e orientar.
O colete não retira a feminilidade das mulheres - quando até é uma peça que usualmente se usa debaixo da batina/casaca, e muito menos em que é que tal possa atentar à tradição, principalmente depois da "abertura", velada de opcional, dada em 2001.
Este tipo de avanço e retrocesso, a jeitos de "experiência piloto" é um tiro no pé e um hino à falta de ideias e bom-senso de quem preside aos destinos da Praxe.
Por outro lado, o uso do colete beneficia, até, o porte e postura, evitando que as batinas pareçam árvores de Natal ou oficiais soviéticos, de tantos p'ins que levam nas lapelas (há quem nem se dê conta do ridículo dessa ostentação desbragada), passando os ditos "coisos" para um local mais discreto: o colete.
Não é o caso em Coimbra, mas a sua utilidade provou-se noutras academias, também para o caso dos pins.
Assim, em momentos ou eventos de maior cerimónia, basta fechar/abotoar a casaca ou batina e fica-se com um aspecto mais condigno, formal e aprumado, secundum praxis.
Na minha academia (de praxis baseada na de Coimbra), aquando da revisão do código (1998/99), foi introduzido o colete no traje feminino, algo que trouxe maior comodidade às senhoras (menos expostas fisicamente, e com local onde porem, para as mais "vaidosas" os p'ins).
Tal não retirou, nem menorizou, a estética do seu traje e do seu porte, e muito menos lhes acrescentou "pêlo na venta".
Já se viveu, em tempos, a guerra das calças, que muitos temas do nosso folclore e música popular ilustram.
Estaremos para assistir a novo reatar bélico entre géneros?
A primeira pedra já foi atirada pelas calças do Conselho de Veteranos. Aguardamos a resposta das saias da Academia Coimbrã.
Notas Burlescas (Burra Praxis Sed Praxis)
Uma pequena sucessão de episódios imaginários, de pequenas sátiras, reproduzindo, apesar de tudo, situações similares que ocorrem na vida real, no dia-a-dia da praxe, e em muitos fóruns dedicados/sobre tradições académicas.
Como o leitor perceberá, ridiculariza-se, aqui, o saber assente no “ouvi dizer”, no “acho que”, a verdadeira ignorância e iliteracia que reina no meio académico acerca da sua própria vivência, história e significado.
"doutores" destes, infelizmente, há muitos (como os “chapéus” do Vasco Santana), assim como demasiado poucos caloiros verdadeiramente interessados em saber e perceber, ao invés de meros reprodutores acéfalos.
Na Recepção ao caloiro
(doutor) – Porque são insígnias da praxe.
(caloiro) – E porque são da praxe (essas, e não outras)?
(doutor) – Porque é tradição, sempre foi assim. A tesoura para cortar cabelo e a colher para dar nas unhas.
(caloiro) – O meu primo disse-me que também há a moca.
(doutor) – Sim, mas isso já não se usa.
(caloiro) – Ah, mas pode dizer-me a origem desses símbolos?
(doutor) – Não são símbolos, caloiro burro, são insígnias. Se queres saber, lê o código.
(caloiro) – Mas, lá não diz!
(doutor) – Se não diz, é porque não é para saber!
(caloiro) – Então o Senhor doutor não sabe!?
(doutor) – Já de 4 e a encher! Um tribunalzinho é o que vais ter por te armares em chico-esperto e vires com esse nariz empinado.
(caloiro) – Desculpe, não era intenção. Já agora, que é isso de tribunal e de onde vem essa coisa de fazerem tribunais?
(doutor) – Acho que te vais declarar anti-praxe, antes do dia acabar! Está a encher! Olha-me esta ameba: queria saber o que sei. Era o que faltava: ficar a saber tanto como eu.
(caloiro) – Ah, que giro! E desde quando se faz aqui? De onde vem a tradição da latada e do baptismo?
(doutor) – Já se faz há muitos anos, é uma tradição muito antiga que nasceu em Coimbra.
(caloiro) – E pode explicar-me essa origem? É que o código não diz.
(doutor) – Com que então armado em curioso; o espertinho a querer saber mais que os outros? Vê lá se levas com a moca na tola! Toca a andar e a cantar, a abana-me essas latas! Queres saber? Vai à Wikipédia!
Na Serenata da Queima
(caloiro) – Pois, mas como assim?
(doutor) – É uma questão de pesquisares.
(caloiro) – Mas acho uma coisa estranha: sempre tive a ideia que serenata era cantar à janela de uma donzela, cantar o amor, tentar conquistar a nossa amada, só que estes tipos cantam fados e baladas que falam do adeus à faculdade e outras coisas do género.
(doutor) – É, mas isso são serenatas diferentes.
(caloiro) – Como assim?
(doutor) – Umas são para conquistar e outras para a despedida.
(caloiro) – Mas chama serenata a ambas. De onde vem essa tradição de serem diferentes? Procurei no código, mas nada!
(doutor) – Shuuuut, na Serenata não se fala! E não aplaudas, que não se bate palmas na serenata.
(caloiro) – Não se pode bater palmas? Então, porquê? (a malta não pode aplaudir, mas fala alto e fuma, bebe e faz barulho....)
(doutor) – Ira, cala-te e sente este momento, ou ainda te traço a capa de maneira a esganar-te! Olha, vou mas é ali à barraca beber um fininho que isso é que é fado!
Na Queima
(caloiro) – Ah…… (?!?), pois…… mas olhe lá: por que razão é assim?
(doutor) – Simples: o traje é igual para todos porque assim não há ricos e pobres.
(caloiro) – E por que razão é de cor preta? E qual o significado da nossa capa?
(caloiro) – É para não se sujar tanto; e a capa, também preta, era para, noutros tempos, fugir à polícia universitária ou então andar escondidos em trupes, na noite, à caça dos caloiros.
(caloiro) – É que eu fiz como disse e fui pesquisar, mas encontrei também explicações que dizem que não é nada assim, que o traje não foi para tornar todos iguais, que a capa e batina veio substituir o traje clerical (e por isso não é continuação dele) e que o traje foi criado como uniforme; que o preto tem a ver com os votos do clero e que a capa até esteve para ser abolida; e é usada como mera peça de resguardo……
(doutor) – Olha-me este gajo! Mal acabado de trajar já pensa que sabe alguma coisa. Ó meu granda cromo, a praxe não se aprende nos livros, mas no dia-a-dia. O que precisas de aprender ouves da boca dos teus superiores, o resto não interessa.
(Caloiro) – Mas, eu farto-me de colocar perguntas e só me respondem que é assim ou assado, porque sim ou porque sopas, sempre com explicações que não esclarecem(só sabem dizer que é antigo e vem de Coimbra). Além disso, para que serve o código se não explica o porquê das coisas?
(doutor) – Ó meu amigo, estás-te a habilitar a uma sanção de unhas. Aqui não importa perceberes. Deves ver como fazemos e depois fazes o mesmo. O código é para dizer o que podes e não podes fazer, quando, onde e como.
(caloiro) – E quando é que sabemos que fazemos bem ou mal; quando há coisas que não sabemos, sequer, por que as fazemos (e o código não explica)?
(doutor) - É uma questão de bom senso. Com mais um ano em cima e ficas a perceber, que agora estás muito verde nestas andanças.
(caloiro) - Estou a ver: É o obscurantismo medieval: quanto mais burro e obediente melhor, que saber alguma coisa pode perigar a ignorância revestida de sapiência!
(doutor) - Heim?
(caloiro) - Nada, nada!
(caloiro) – Adoro.
(doutor/tuno) – É uma das mais antigas tradições da praxe; e tem praí uns 600 anos!
(caloiro) – Hum? Li algures que isso era invenção e que as tunas tinham nascido no séc. XIX.
(doutor/tuno) – Tás enganado, pá. As tunas vêm dos goliardos e dos sopistas; e há quem diga, até, que vieram da Tunísia, inspiradas por um Califa que era um boémio.
(caloiro) – E quem disse, e em que obra, para eu consultar?
(doutor/tuno) – Mas importa, isso, alguma coisa? Estou-te eu a dizer, e foi assim que me disseram; e todos sabem que é assim.
(caloiro) – E nunca procurou saber se era mesmo assim? Não se podem ter enganado?
(doutor/tuno) - Já ando nisto de tunas há uns anos, por isso percebo da coisa, tas a ver?
(caloiro) – Também falo e escrevo português desde que nasci e isso não quer dizer que perceba de linguística ou de gramática (apesar da minha mãe ser prof. de português), que tenha um curso de literatura (eu que até sou de engenharia).
(doutor/tuno) – Ó meu, vê se atinas e te deixas de manias. És algum marrão que encontra todas as respostas nos livros? Achas que é lá que vais encontrar resposta a tudo?
(caloiro) - A tudo não, mas também estou a ver que a mera prática não chega, e que praticar o que não se percebe é algo…….
(doutor/tuno) – Está a encher, bicho d’um raio! Olha-me o puto a desafiar-me e por em causa o meu saber! Era o que mais faltava. Vou chamar o teu padrinho que ele vai-tas cantar!
Na imposição de insígnias
(caloiro) – OK (é sempre a mesma resposta), mas qual o significado desses momentos, qual a sua história para que ainda hoje se repitam?
(doutor) – O que sei é que é para assinalar a passagem de uns anos para outros, basta leres o código e vês que nuns anos impõem-se uns nos demais outros, que simbolizam que vamos avançando na praxe.
(caloiro) – Não era bem isso…
(doutor) – Cala-te e olha; a ver se aprendes! Já te disse que é olhando que aprendes e percebes!
que ás vezes fico pensando, se a burrice não será uma ciência."
'' António Aleixo'
ou, adpatando:
"Há tantos burros mandando em caloiros
que às vezes fico pensando, se a burrice não será praxe"
Notas de Sublevação Tunante
Nem quero acreditar. Estou estarrecido.
Segundo as notícias mais recentes, o Magnum do Porto decretou a expulsão da Portucalense do seu seio. Até aqui, nada a dizer, porque assunto de foro interno, da organização exclusivamente praxística da academia. Por isso, pacífico. Entendam-se!
Mas a heresia e estupidez, porque só vindo de gente estúpida e ignorante, foi a intenção (não sei ainda se consumada) de proibir as Tunas da Portucalense de participarem em eventos/festivais tunantes , bem como proibir qualquer outra tuna portuense de convidar qualquer tuna de lá, ou de por elas serem convidadas.
Eu pergunto-me se quem assim age têm o seu perfeito juízo ou se é mesmo presunçosa burrice.
Mas desde quando é que as Tunas devem subserviência ao Magno ou qualquer organismo de Praxe?
Mas anda tudo doido?
Mas o ridículo é ainda maior nesta rápida reflexão dedutiva:
Se a Portucalense deixou de fazer parte do Magno do Porto, como é que o Magno ainda acha poder mandar na Portucalense, e aind amais nas suas tunas (que é isso que aqui importa: Tunas) para lhe dizer o que pode fazer na sua própria casa?
Prepotência da ditatura da ignorância, diremos nós. Ele há gente que não se enxerga mesmo!
Que Tunas, dignas desse nome, permitirão tal intromissão e invasão do seu espaço?
Que Tunas do Porto permitirão essa invasão hostil, sem precedentes, do seu território e da sua própria honorabilidade e aceitarão essa imposição/ordem?
Uma Tuna digna desse nome vai agora passar a ser uma mera Trupe a mando do Magno, vai violar a fraternidade tunante, os laços de amizade existentes, vai vender-se só para "agradar" ao Magno do Porto?
E se as Tunas baterem o pé (como se espera) e mandarem o Magno dar uma volta ao bilhar grande?
O que vai fazer o Magnum? Vai rapar as tunas todas ou vingar-se não convidando as tunas para o certame da Queima?
Pensará o Magno que as Tunas portuenses vivem o seu quotidiano em função do Festival de Tunas da Queima do Porto e que são capazes de prostituir a sua identidade a troco de um convite para lá actuarem?
Estou para ver, e acreditem que este blogue não deixará de seguir as pisadas do seu blogue irmão, "As Minhas Aventuras na Tunolândia", que sobre isto já se pronunciou, denunciando todas as Tunas que pegarão em armas contra outras Tunas a mando do Magno.
Em certos sítios, acreditem que, e a confirmar-se esse processo de intenção (e saliento: a confiirmar-se), nem uma Tuna participaria em qualquer actividade que o Magno organizasse ou estivesse envolvido, a começar pelos festejos de recepção ao caloiro e terminando no Festival de Tunas da Queima!
Era essa a atitude certa para mostrar de que têmpera são as Tunas e as gentes do Porto.
É um ataque e desrespeito total para com a Tuna, a Tuna que é anterior a qualquer código ou organismo de praxe, a Tuna que não tem de se prestar a essa presunçosa a arrogante atitude de gentalha que mostra não apenas falta de decoro e bom-senso, mas incompetência e saber nestas matérias.
Mais ainda: o promover ou querer despoletar uma guerra fraticida, colocando Tunas contra Tunas é de uma gravidade inenarrável, reduzindo as Tunas a meras peças de xadrez que o Magno, à sua vontade, vai movendo.
A coisa já aquece, também, pelos lados do PortugalTunas, cuja discussão podem seguir AQUI e AQUI e merecia um arregimentar das Tunas, uma sublevação nacional contra quem não sabe ser ou estar, faz da arrogância e prepotência o seu modo de agir, de quem julga poder exercer ditaduras extensivas às Tunas.
É uma vergonha. Enoja-e profundamente que tal tenha sequer sido opção, mesmo que, e quero acreditar que assim seja, os ditos do Magno do Porto arrepiem caminho.
Não sei se tudo isto é algum ajuste de contas antigo ou se, como também se indicia, uma nova política de expansionismo colonial, se relembrarmos o descaramento que foi a subida do Magno ao palco do último FITU, invadindo e apropriando-se do tempo de antena, num espaço que é das Tunas, para auto-promoção.
Um episódio nada novo, se quisermos trazer à baila a forma como foi tratado o Grupo de Fados do OUP, ainda em 2007 (para quem não sabe, leia AQUI -artigos de 22 de Outubro e de 7 de Dezembro).
Se a Praxe não é uma democracia, era escusado termos agora um Magno do Porto a optar por prefigurar um regime ditatorial, arrogante e que se enche de ridículo com tal episódio.
Á Tuna o que é da Tuna e à Praxe o que a ela lhe pertence (que não a Tuna, certamente)!
Ninguém tem o direito de me dizer quem posso receber em minha casa, e muito menos ditar-me quem posso visitar. Quando fora de actividades da alçada do Magno, este não tem sequer de opinar.
Se aos seus membros lhes falta caloiros para exercerem o seu autoritarismo e brincar às praxes, pois que se praxem uns aos outros nas suas reuniões. Mas no tocante a Tunas, saibam ser e estar, respeitar e dar-se ao respeito, sob pena de, como agora sucede, se lhes perder qualquer respeito.
Sendo eu praxista convicto, e tendo com muito gosto e honra pertencido a um organismo do género (liderando-o, inclusive), mais envergonhado me sinto por ver com quanta veleidade e descaramento alguns usam as suas funções que, está bem de ver, não são, afinal, para o bem comum, mas para fins próprios, vendettas internas e desejo de domínio do mundo, a lembrar certas figuras do passado.
Mas só imporão os seus bigodes, se deixarmos.
Mostra este episódio o quão nocivo é o mito de que as Tunas são Praxe, bem como do perigo latente quando a Tuna (que, pela sua naturez,a é mais representativa que um qualquer organismo de Praxe -pois representa uma instituição e todos os seus alunos, enquanto os Magnos apenas os que aderem à Praxe) aceita o papel de mero núcleo, se deixa escravizar pela noção de que deve satisfação a quem não deve, de todo.
Mesmo que tudo isto não se consume (e que as tunas sejam "poupadas"), que tudo não tenha passado de um processo de intenção por parte do Magno, só o facto de ter sido considerado (porque onde há fumo há fogo - e por alguma razão isto veio a público), é já merecedor das mais veemente críticas e condenações.
Está na hora das Tunas assumirem quem são, de perceberem ser uma tradição centenária com caminho próprio e evitarem os estabelecer de relações cuja natureza as castra, rebaixa e reduz.
Está na hora de as Tunas se sublevarem contra todas as relações estabelecidas com a Praxe que a coloquem a jeito de ser assim tratada.
Nada garante que as boas relações que vão existindo, entre Tunas e Praxe, hoje, assim perdurem amanhã, com outros protagonistas. Facilmente o cenário muda, daí a necessidade do devido distanciamento e do evitar a promíscua e confusa teia de relações que, por vezes, se estabelece/estabeleceu.
Cooperação sim; subserviência e tutela da praxe não!
Mais uma vez, se prova o quão certo alguns estavam, quando defendiam um organismo Tunante que zelasse pela defesa da sua comunidade, e mais ainda quando defendiam (e defendem) a necessidade das Tunas se revestirem de personalidade jurídica própria (formarem-se legalmente como associações), vincando a sua autonomia (que não impede cooperações e estreita colaborações, mas salvaguarda a própria independência e tentativas de apropriação e anexação).
Segundo as notícias mais recentes, o Magnum do Porto decretou a expulsão da Portucalense do seu seio. Até aqui, nada a dizer, porque assunto de foro interno, da organização exclusivamente praxística da academia. Por isso, pacífico. Entendam-se!
Mas a heresia e estupidez, porque só vindo de gente estúpida e ignorante, foi a intenção (não sei ainda se consumada) de proibir as Tunas da Portucalense de participarem em eventos/festivais tunantes , bem como proibir qualquer outra tuna portuense de convidar qualquer tuna de lá, ou de por elas serem convidadas.
Eu pergunto-me se quem assim age têm o seu perfeito juízo ou se é mesmo presunçosa burrice.
Mas desde quando é que as Tunas devem subserviência ao Magno ou qualquer organismo de Praxe?
Mas anda tudo doido?
Mas o ridículo é ainda maior nesta rápida reflexão dedutiva:
Se a Portucalense deixou de fazer parte do Magno do Porto, como é que o Magno ainda acha poder mandar na Portucalense, e aind amais nas suas tunas (que é isso que aqui importa: Tunas) para lhe dizer o que pode fazer na sua própria casa?
Prepotência da ditatura da ignorância, diremos nós. Ele há gente que não se enxerga mesmo!
Que Tunas, dignas desse nome, permitirão tal intromissão e invasão do seu espaço?
Que Tunas do Porto permitirão essa invasão hostil, sem precedentes, do seu território e da sua própria honorabilidade e aceitarão essa imposição/ordem?
Uma Tuna digna desse nome vai agora passar a ser uma mera Trupe a mando do Magno, vai violar a fraternidade tunante, os laços de amizade existentes, vai vender-se só para "agradar" ao Magno do Porto?
E se as Tunas baterem o pé (como se espera) e mandarem o Magno dar uma volta ao bilhar grande?
O que vai fazer o Magnum? Vai rapar as tunas todas ou vingar-se não convidando as tunas para o certame da Queima?
Pensará o Magno que as Tunas portuenses vivem o seu quotidiano em função do Festival de Tunas da Queima do Porto e que são capazes de prostituir a sua identidade a troco de um convite para lá actuarem?
Estou para ver, e acreditem que este blogue não deixará de seguir as pisadas do seu blogue irmão, "As Minhas Aventuras na Tunolândia", que sobre isto já se pronunciou, denunciando todas as Tunas que pegarão em armas contra outras Tunas a mando do Magno.
Em certos sítios, acreditem que, e a confirmar-se esse processo de intenção (e saliento: a confiirmar-se), nem uma Tuna participaria em qualquer actividade que o Magno organizasse ou estivesse envolvido, a começar pelos festejos de recepção ao caloiro e terminando no Festival de Tunas da Queima!
Era essa a atitude certa para mostrar de que têmpera são as Tunas e as gentes do Porto.
É um ataque e desrespeito total para com a Tuna, a Tuna que é anterior a qualquer código ou organismo de praxe, a Tuna que não tem de se prestar a essa presunçosa a arrogante atitude de gentalha que mostra não apenas falta de decoro e bom-senso, mas incompetência e saber nestas matérias.
Mais ainda: o promover ou querer despoletar uma guerra fraticida, colocando Tunas contra Tunas é de uma gravidade inenarrável, reduzindo as Tunas a meras peças de xadrez que o Magno, à sua vontade, vai movendo.
A coisa já aquece, também, pelos lados do PortugalTunas, cuja discussão podem seguir AQUI e AQUI e merecia um arregimentar das Tunas, uma sublevação nacional contra quem não sabe ser ou estar, faz da arrogância e prepotência o seu modo de agir, de quem julga poder exercer ditaduras extensivas às Tunas.
É uma vergonha. Enoja-e profundamente que tal tenha sequer sido opção, mesmo que, e quero acreditar que assim seja, os ditos do Magno do Porto arrepiem caminho.
Não sei se tudo isto é algum ajuste de contas antigo ou se, como também se indicia, uma nova política de expansionismo colonial, se relembrarmos o descaramento que foi a subida do Magno ao palco do último FITU, invadindo e apropriando-se do tempo de antena, num espaço que é das Tunas, para auto-promoção.
Um episódio nada novo, se quisermos trazer à baila a forma como foi tratado o Grupo de Fados do OUP, ainda em 2007 (para quem não sabe, leia AQUI -artigos de 22 de Outubro e de 7 de Dezembro).
Se a Praxe não é uma democracia, era escusado termos agora um Magno do Porto a optar por prefigurar um regime ditatorial, arrogante e que se enche de ridículo com tal episódio.
Á Tuna o que é da Tuna e à Praxe o que a ela lhe pertence (que não a Tuna, certamente)!
Ninguém tem o direito de me dizer quem posso receber em minha casa, e muito menos ditar-me quem posso visitar. Quando fora de actividades da alçada do Magno, este não tem sequer de opinar.
Se aos seus membros lhes falta caloiros para exercerem o seu autoritarismo e brincar às praxes, pois que se praxem uns aos outros nas suas reuniões. Mas no tocante a Tunas, saibam ser e estar, respeitar e dar-se ao respeito, sob pena de, como agora sucede, se lhes perder qualquer respeito.
Sendo eu praxista convicto, e tendo com muito gosto e honra pertencido a um organismo do género (liderando-o, inclusive), mais envergonhado me sinto por ver com quanta veleidade e descaramento alguns usam as suas funções que, está bem de ver, não são, afinal, para o bem comum, mas para fins próprios, vendettas internas e desejo de domínio do mundo, a lembrar certas figuras do passado.
Mas só imporão os seus bigodes, se deixarmos.
Mostra este episódio o quão nocivo é o mito de que as Tunas são Praxe, bem como do perigo latente quando a Tuna (que, pela sua naturez,a é mais representativa que um qualquer organismo de Praxe -pois representa uma instituição e todos os seus alunos, enquanto os Magnos apenas os que aderem à Praxe) aceita o papel de mero núcleo, se deixa escravizar pela noção de que deve satisfação a quem não deve, de todo.
Mesmo que tudo isto não se consume (e que as tunas sejam "poupadas"), que tudo não tenha passado de um processo de intenção por parte do Magno, só o facto de ter sido considerado (porque onde há fumo há fogo - e por alguma razão isto veio a público), é já merecedor das mais veemente críticas e condenações.
Está na hora das Tunas assumirem quem são, de perceberem ser uma tradição centenária com caminho próprio e evitarem os estabelecer de relações cuja natureza as castra, rebaixa e reduz.
Está na hora de as Tunas se sublevarem contra todas as relações estabelecidas com a Praxe que a coloquem a jeito de ser assim tratada.
Nada garante que as boas relações que vão existindo, entre Tunas e Praxe, hoje, assim perdurem amanhã, com outros protagonistas. Facilmente o cenário muda, daí a necessidade do devido distanciamento e do evitar a promíscua e confusa teia de relações que, por vezes, se estabelece/estabeleceu.
Cooperação sim; subserviência e tutela da praxe não!
Mais uma vez, se prova o quão certo alguns estavam, quando defendiam um organismo Tunante que zelasse pela defesa da sua comunidade, e mais ainda quando defendiam (e defendem) a necessidade das Tunas se revestirem de personalidade jurídica própria (formarem-se legalmente como associações), vincando a sua autonomia (que não impede cooperações e estreita colaborações, mas salvaguarda a própria independência e tentativas de apropriação e anexação).
Notas de Denúncia (Parte II)
Por uma questão de coerência, de acordo com os critérios editoriais deste blogue, e tal como assumido, aqui ficam, para já, as 3 tunas que inicialmente tinham aceite, e depois recusaram; ou simplesmente recusaram à partida participar no Festival de Tunas da Tuna Feminina da Univ. Portucalense do Porto (evocativo do seu 20º aniversário):
Tuna Feminina do ISEP
Levadas da Broca (FMD U. Porto)
Tesuna (ESTS Porto)
As razões avançadas para a recusa de participação prende-se com a pressão dos respectivos Magnos (em consequência do derimido pelo Dux e MCV do Porto) que "aconselharam" à sua não participação.
É esta a solidariedade e verticalidade de quem se diz tuno/tunante.
Lamentável, a todos os títulos que haja quem se venda dessa maneira e quem demonstre tão pouca idoneidade e seriedade.
Nota: As informações foram colhidas durante o VIII ENT em Bragança, junto dos elementos da Tuna Feminina da Portuclense e confirmadas, igualmente, por uma fonte local (estudante ligado à Praxe na FEUP).
Nota2: Foi alterado o texto, de modo a, de acordo com os factos, referir que houve quem logo recusasse o convite e quem o fizesse depois de já o ter aceite.
Não fica, contudo, claro que a recusa seja provadamente por outros factores que não so aludidos. Mediante o actual panorama, mesmo incorrendo na possibilidade de imprecisões, qualquer recusa, neste contexto, que não directa, ou indirectamente ligada a pressões praxísticas, deve deixar isso claro (nomeadamente através de uma declaração clara e inequívoca de solidariedade, onde se faça menção da não obediência a instituições de praxe nestas matérias). Nenhuma das tunas supra-citadas, até agora, pro exemplo, subscreveu o manifesto tunante, o que é significativo.
Tuna Feminina do ISEP
Levadas da Broca (FMD U. Porto)
Tesuna (ESTS Porto)
As razões avançadas para a recusa de participação prende-se com a pressão dos respectivos Magnos (em consequência do derimido pelo Dux e MCV do Porto) que "aconselharam" à sua não participação.
É esta a solidariedade e verticalidade de quem se diz tuno/tunante.
Lamentável, a todos os títulos que haja quem se venda dessa maneira e quem demonstre tão pouca idoneidade e seriedade.
Nota: As informações foram colhidas durante o VIII ENT em Bragança, junto dos elementos da Tuna Feminina da Portuclense e confirmadas, igualmente, por uma fonte local (estudante ligado à Praxe na FEUP).
Nota2: Foi alterado o texto, de modo a, de acordo com os factos, referir que houve quem logo recusasse o convite e quem o fizesse depois de já o ter aceite.
Não fica, contudo, claro que a recusa seja provadamente por outros factores que não so aludidos. Mediante o actual panorama, mesmo incorrendo na possibilidade de imprecisões, qualquer recusa, neste contexto, que não directa, ou indirectamente ligada a pressões praxísticas, deve deixar isso claro (nomeadamente através de uma declaração clara e inequívoca de solidariedade, onde se faça menção da não obediência a instituições de praxe nestas matérias). Nenhuma das tunas supra-citadas, até agora, pro exemplo, subscreveu o manifesto tunante, o que é significativo.
Notas de denúncia (Parte I)
É a "Parte I", pois, como foi anteriormente referido, sobre a questão do Magnum do Porto Vs Tunas, é bem provável que outras tunas cometam o mesmo acto de traição e negação da fraternidade tunante.
Sabendo-se que a Universidade Portucalense foi irradiada do MCV do Porto, e que esse mesmo organismo de amebas decretou anti-praxe quem convidasse ou aceitasse convites daquelas instituição, neste casos as tunas, era contudo de esperar uma atitude séria e honrada pro parte das Tunas portuenses.
A Tuna Feminina da Portucalense vai organizar, e muito bem, o seu X certame, convidando tunas para o efeito, calro está.
Ora bem, a 1ª tuna a recusar o convite para participar, e segundo consta, por observância do determinado pelo Magnum foi a Tuna Feminina do ISEP.
A ser verdade, é uma vergonha! Uma vergonha a confirmar-se tal!
Pessoalmente, e se tal for, de facto, a razão, deixou de ser uma Tuna com T grande, para, e a ser verdade, conforme AQUI denunciado (post do Corte Real e do Novessetum) , passou antes a ser uma Trupe do Magnum, traindo as suas congéneres e desrespeitando todas as Tunas deste país.
A confirmar-se tal, é razão para dizer que há gente sem carácter, infelizmente; gente que prova, assim, que de Tunos e Tunantes nada tem!
E mais: Suspeita-se que a Tuna Masculina do ISEP fará de igual modo, não convidando os seus afilhados (Tuna da Portucalense) para o seu FITISEP. Carece tal da devida confirmação, não passando ainda de rumores.
A ser verdade, seria uma dupla traição: por um lado ao colocar-se contra a comunidade tunante e, por outro, ao dar um tiro no pé, dando o dito pelo não dito: renegando o seu próprio apadrinhamento.
A confirmar-se, será mais uma tuna a perder, quanto a mim, toda a credibilidade, idoneidade e respeito.
Espero, sinceramente, que as notícias trazidas a lume no PortugalTunas não passem de boatos ou notícias falsas, e cá estaremos para denunciar ou limpar o nome dos envolvidos.
Sabendo-se que a Universidade Portucalense foi irradiada do MCV do Porto, e que esse mesmo organismo de amebas decretou anti-praxe quem convidasse ou aceitasse convites daquelas instituição, neste casos as tunas, era contudo de esperar uma atitude séria e honrada pro parte das Tunas portuenses.
A Tuna Feminina da Portucalense vai organizar, e muito bem, o seu X certame, convidando tunas para o efeito, calro está.
Ora bem, a 1ª tuna a recusar o convite para participar, e segundo consta, por observância do determinado pelo Magnum foi a Tuna Feminina do ISEP.
A ser verdade, é uma vergonha! Uma vergonha a confirmar-se tal!
Pessoalmente, e se tal for, de facto, a razão, deixou de ser uma Tuna com T grande, para, e a ser verdade, conforme AQUI denunciado (post do Corte Real e do Novessetum) , passou antes a ser uma Trupe do Magnum, traindo as suas congéneres e desrespeitando todas as Tunas deste país.
A confirmar-se tal, é razão para dizer que há gente sem carácter, infelizmente; gente que prova, assim, que de Tunos e Tunantes nada tem!
E mais: Suspeita-se que a Tuna Masculina do ISEP fará de igual modo, não convidando os seus afilhados (Tuna da Portucalense) para o seu FITISEP. Carece tal da devida confirmação, não passando ainda de rumores.
A ser verdade, seria uma dupla traição: por um lado ao colocar-se contra a comunidade tunante e, por outro, ao dar um tiro no pé, dando o dito pelo não dito: renegando o seu próprio apadrinhamento.
A confirmar-se, será mais uma tuna a perder, quanto a mim, toda a credibilidade, idoneidade e respeito.
Espero, sinceramente, que as notícias trazidas a lume no PortugalTunas não passem de boatos ou notícias falsas, e cá estaremos para denunciar ou limpar o nome dos envolvidos.
Notas Praxísticas I
Não me posso impedir de transcrever um post colocado no fórum do Praxe Porto, por um utilizador que dá pelo nome de "Mocas".
Uma crítica tão acertada que é uma verdadeira "moca", uma autêntica "mocada" no actual estado desta Praxe burocratizada e mais papista que toda a galeria de pontífices que ocuparam a cátedra de S. Pedro.
Nada mais verdade.
Por diversas vez se encheu o mail deste blogue a pedir parecer ou conselho, a pedido de estudantes que pretendiam criar grupos de reflexão, tertúlias, e outros "ajuntamentos" com fins praxísticos, no nobre e louvável intuito de imprimirem nova dinâmica à Praxe da sua casa, de lutarem contra o que consideravam más práticas.
Muitos desses grupos desejavam promover o debate, a informação e formação, lutando contra os mitos e as ficções e certos dogmas que não tinham lógica ou fundamento.
É certo que são iniativas que devem ser apoiadas e incentivadas e, até aí, nada a apontar.
O problema é que, quase sempre, à mistura perguntavam como deveriam fazer para se distinguirem, se deveriam/poderiam usar algum sinal distintivo (mediante conssentimento do organismo de Praxe). Outras vezes, apresentavam, à cabeça, um organigrama a implementar no grupo e nomenclatura a atribuir aos membros. Uma outra vez, deparei-me com um pequeno elenco de estatutos e normas internas, para um mero grupo de meia dúzia de pessoas que apenas pretendiam discutir (mas depois sairem à rua de forma mais ou menos formal.
Como está bem de ver, apesar dos nobres ideias, há ainda esse sentimento de que para se fazer algo é preciso trazer um cartão ao peito, que só um sinal, um emblema, uma devisa ou insígnia qualquer é que conferem legitimidade para se ser ou fazer algo.
Já não basta ser-se estudante ou trajar, mas antes ter chancela de "organismo" revestido de autoridade ainda antes de ter feito algo para merecer tal (ou como se tal fosse preciso, de facto).
Muitas Comissões de Praxe (que não são mais do que comissões de praxes) são, neste entender, o exemplo mais evidente disso mesmo.
Note-se que se chega ao ridículo de tratar/conceber essas comissões como verdadeiras associações estudantis ou comissões de curso, com listas e tudo, como o exemplo AQUI.
É importante que as pessoas se associem, porque o direito á livre associação é algo consagrado na lei. É impiortante existirem, muitas vezes, grupos à margem dos organismos de Praxe, que possam contribuir com uma visão mais imparcial e equidistante, e apoiarem esses mesmos órgãos de Praxe (ou, quando não, serem uma alternativa credível, mas não um governo sombra num pseudo-exílio).
Mas mais importante do que posições, rótulos e burocracias, importa é tratarem do essencial, e não criar mais regiões autónomas.
Também a Praxe precisa de um programa "simplex", que devolva simplicidade e pragmatismo, e passe uma borracha sobre tudo quanto é acessório (mesmo que por vezes tenham de "rolar cabeças" nos próprios lugares de chefia, de modo a que se faça o que é preciso, e todos o possma fazer sem precisarem de ter cartão de "partido", mas apenas como cidadãos académicos, como praxistas.
Como dizia uma colega minha: "quem não tem competência não se estabelece".
Uma crítica tão acertada que é uma verdadeira "moca", uma autêntica "mocada" no actual estado desta Praxe burocratizada e mais papista que toda a galeria de pontífices que ocuparam a cátedra de S. Pedro.
Ao fim de algumas matrículas (parcas para uns, vagamente abundantes para outros) ainda me consigo surpreender com a necessidade que as pessoas têm de criar grupos específicos, com nomes, com funções, cargos e hierarquias próprias simplesmente para fazer coisas, refiro-me mesmo a coisas no geral. Não percebo muito bem porque é que um grupo de pessoas que, com muito valor, e para minha/nossa sorte, lutaram para restaurar a Praxe do Porto não são tão simplesmente um grupo-de-pessoas-que-lutaram-para-restaurar-a-Praxe-do-Porto.
Então eu agora pego em 3 ou 4 amigos e vou a um Festival de Tunas e somos o quê? Os Tunestus? E eu que os convidei e tive a ideia? Sou o Master-Tunestus? E quem paga? É o Tesoureiro-Tunestus? Obviamente estou a fazer uma redução ao ridículo e sei bem que ir a um Festival de Tunas é um bocadinho diferente de re-instaurar Praxe numa Academia. Isto nao é nada contra ninguém, apenas um desabafo de quem olha para as coisas no geral e vê que, hoje em dia, é preciso formar um grupo praxístico, ali bem apetrechado de nomes e tachos, nem que seja para ir ali jantar com uns amigalhaços.
A espontaneidade da Praxe está cada vez mais abafada e pegamos num Academismo que devia ser vivido em conjunto e compartimenta-mo-lo em grupinhos que se juntam só para uma dada funçãozinha e com a sua hierarquiazinha. Isto nao é Praxe, isto é uma repartição de Finanças! E daquelas bem burocratizadas. Está-se a pegar na Praxe como forma de se ser estudante no mundo real, e faz-se disto um teatrinho que todos representamos quando pomos a capa às costas. Quando estou na minha Faculdade sou quartanista ou quintanista, sou caloiro no Grupo de Fados, sou Cardeal no Transeptus, sou Bolinho-de-bacalhau quando almoço trajado com a minha avozinha.
Não percebo porque é que as pessoas não têm uma ideia, juntam-se e a põem em prática como Estudantes que são, tão simplesmente. (In http://www.forum.praxeporto.com/viewtopic.php?f=3&p=1375&sid=593d99351f623592415dbb00f838f8ff#p1375)
Então eu agora pego em 3 ou 4 amigos e vou a um Festival de Tunas e somos o quê? Os Tunestus? E eu que os convidei e tive a ideia? Sou o Master-Tunestus? E quem paga? É o Tesoureiro-Tunestus? Obviamente estou a fazer uma redução ao ridículo e sei bem que ir a um Festival de Tunas é um bocadinho diferente de re-instaurar Praxe numa Academia. Isto nao é nada contra ninguém, apenas um desabafo de quem olha para as coisas no geral e vê que, hoje em dia, é preciso formar um grupo praxístico, ali bem apetrechado de nomes e tachos, nem que seja para ir ali jantar com uns amigalhaços.
A espontaneidade da Praxe está cada vez mais abafada e pegamos num Academismo que devia ser vivido em conjunto e compartimenta-mo-lo em grupinhos que se juntam só para uma dada funçãozinha e com a sua hierarquiazinha. Isto nao é Praxe, isto é uma repartição de Finanças! E daquelas bem burocratizadas. Está-se a pegar na Praxe como forma de se ser estudante no mundo real, e faz-se disto um teatrinho que todos representamos quando pomos a capa às costas. Quando estou na minha Faculdade sou quartanista ou quintanista, sou caloiro no Grupo de Fados, sou Cardeal no Transeptus, sou Bolinho-de-bacalhau quando almoço trajado com a minha avozinha.
Não percebo porque é que as pessoas não têm uma ideia, juntam-se e a põem em prática como Estudantes que são, tão simplesmente. (In http://www.forum.praxeporto.com/viewtopic.php?f=3&p=1375&sid=593d99351f623592415dbb00f838f8ff#p1375)
Por diversas vez se encheu o mail deste blogue a pedir parecer ou conselho, a pedido de estudantes que pretendiam criar grupos de reflexão, tertúlias, e outros "ajuntamentos" com fins praxísticos, no nobre e louvável intuito de imprimirem nova dinâmica à Praxe da sua casa, de lutarem contra o que consideravam más práticas.
Muitos desses grupos desejavam promover o debate, a informação e formação, lutando contra os mitos e as ficções e certos dogmas que não tinham lógica ou fundamento.
É certo que são iniativas que devem ser apoiadas e incentivadas e, até aí, nada a apontar.
O problema é que, quase sempre, à mistura perguntavam como deveriam fazer para se distinguirem, se deveriam/poderiam usar algum sinal distintivo (mediante conssentimento do organismo de Praxe). Outras vezes, apresentavam, à cabeça, um organigrama a implementar no grupo e nomenclatura a atribuir aos membros. Uma outra vez, deparei-me com um pequeno elenco de estatutos e normas internas, para um mero grupo de meia dúzia de pessoas que apenas pretendiam discutir (mas depois sairem à rua de forma mais ou menos formal.
Como está bem de ver, apesar dos nobres ideias, há ainda esse sentimento de que para se fazer algo é preciso trazer um cartão ao peito, que só um sinal, um emblema, uma devisa ou insígnia qualquer é que conferem legitimidade para se ser ou fazer algo.
Já não basta ser-se estudante ou trajar, mas antes ter chancela de "organismo" revestido de autoridade ainda antes de ter feito algo para merecer tal (ou como se tal fosse preciso, de facto).
Muitas Comissões de Praxe (que não são mais do que comissões de praxes) são, neste entender, o exemplo mais evidente disso mesmo.
Note-se que se chega ao ridículo de tratar/conceber essas comissões como verdadeiras associações estudantis ou comissões de curso, com listas e tudo, como o exemplo AQUI.
É importante que as pessoas se associem, porque o direito á livre associação é algo consagrado na lei. É impiortante existirem, muitas vezes, grupos à margem dos organismos de Praxe, que possam contribuir com uma visão mais imparcial e equidistante, e apoiarem esses mesmos órgãos de Praxe (ou, quando não, serem uma alternativa credível, mas não um governo sombra num pseudo-exílio).
Mas mais importante do que posições, rótulos e burocracias, importa é tratarem do essencial, e não criar mais regiões autónomas.
Também a Praxe precisa de um programa "simplex", que devolva simplicidade e pragmatismo, e passe uma borracha sobre tudo quanto é acessório (mesmo que por vezes tenham de "rolar cabeças" nos próprios lugares de chefia, de modo a que se faça o que é preciso, e todos o possma fazer sem precisarem de ter cartão de "partido", mas apenas como cidadãos académicos, como praxistas.
Como dizia uma colega minha: "quem não tem competência não se estabelece".
Notas à Festa das Latas e Latadas
Embora o N&M tenha já dado, em tempos, um pequeno "lamiré" sobre as Latadas (ver AQUI), julgo que, para um conhecimento mais profundo e contextualizado, nada como reproduzir os 2 artigos publicados no blogue Penedo d@ Saudade, pelo amigo Zé Veloso, também estudioso destas matérias, que retrata magistralmente a evolução desta festivade e a sua gradual mutação.
"DAS LATADAS À FESTA DAS LATAS
(Parte I)
As latadas do final do ano lectivo. A emancipação dos caloiros Daqui a pouco, quando passar da meia-noite de quarta para quinta, começará no largo da Sé Nova a serenata que irá marcar o início da Festa das Latas, cujo ponto alto coincidirá com o corteja da Latada, na próxima terça-feira. Nos próximos dias o Queimódromo encher-se-á de malta para assistir aos concertos de um cartaz que, venha quem vier, será sempre um bom pretexto para manter a animação durante esta espécie de mini-Queima de Outono.
Quem tenha passado por Coimbra nas décadas de 50/60 e não mais tenha tido contacto com a vida académica da cidade, deverá abrir uma boca de espanto perante a notícia que acabo de dar: – Festa das Latas em lugar de Latada? Serenata? Noites no Queimódromo? Cortejo único? Fará depois um encolher de ombros e dirá que «a tradição já não é o que era». Nada de mais errado! As praxes académicas de Coimbra sempre evoluíram ao longo dos séculos, o que me leva antes a dizer que «a tradição nunca foi o que foi»!
Aliás, é esta capacidade de adaptação a novas realidades – Bolonha, aumento do número de Faculdades, presença maioritária das raparigas, novos contextos socioculturais… – que tem permitido às praxes manter-se vivas, já que são vivenciadas e não apenas representadas. Custa-me ver alterações gratuitas da tradição, sem causa que as justifique que não seja a ignorância. Mas quando as adaptações aos novos tempos são feitas de forma inteligente e no respeito pelo passado… só tenho de aplaudir.
As Latadas – ou Festas das Latas, como agora são chamadas, retomando uma terminologia já antes utilizada por Trindade Coelho – são, porventura, dentro das diversas manifestações praxísticas de Coimbra, as que mais transformações sofreram, tanto na forma, como no significado/objectivo. Vamos a isso:
Trindade Coelho (In Illo Tempore, 1902) conta que, no seu tempo (1880-1885), as coisas se passavam assim: … as aulas de Direito fechavam-se nesse dia, e à noite, como era da tradição, a rapaziada tinha de sair pelas ruas de Coimbra – naquela extraordinária inferneira chamada a Festa das Latas, em que cada um, incluindo os novatos (equivalente aos caloiros de hoje), que nesse dia ficam “emancipados” e já podem sair de noite sem protecção, arrasta atrás de si as latas que pôde ir juntando durante o ano, ou as que comprou na «feira das latas» aos garotos, que vendem uma banheira velha por um pataco e três cântaros de «folha» por um vintém!
Essa é a tremenda noite de Coimbra, em que ninguém prega olho – troça aos estudantes das outras Faculdades, que ainda têm aulas no dia seguinte –, e que uma vez obrigou a fugir não sei que inglês «touriste», que berrava de mala na mão, a correr para o caminho-de-ferro, – Doidos! Doidos! Doidos varridos!
A descrição de Trindade Coelho é consistente com outras da mesma época. As latadas do Séc XIX – só Trindade Coelho lhes chama «Festa das Latas» – estavam ligadas ao facto de nem todas as Faculdades terem o mesmo dia do ponto (último dia de aulas), o que levava os alunos já libertos das aulas a caçoar dos restantes, através de cortejos barulhentos que os não deixassem estudar ou dormir em paz. Para além disso, os caloiros que iam tendo o seu dia de ponto emancipavam-se nessa mesma noite.
Mas a tradição das latadas poderá ter vindo mais de trás e ter alguma relação com as «Soiças» (cortejos trapalhões e barulhentos que foram proibidos em 1541, em face dos desacatos que provocavam). Esta relação é estabelecida tanto por Hipólito Raposo (Coimbra Doutora, 1910) como por Teófilo Braga (História da Universidade de Coimbra… Tomo I, 1982), sendo que este último atribui às latadas igualmente a denominação «Tocar das Latas».
Mas a tradição das latadas poderá ter vindo mais de trás e ter alguma relação com as «Soiças» (cortejos trapalhões e barulhentos que foram proibidos em 1541, em face dos desacatos que provocavam). Esta relação é estabelecida tanto por Hipólito Raposo (Coimbra Doutora, 1910) como por Teófilo Braga (História da Universidade de Coimbra… Tomo I, 1982), sendo que este último atribui às latadas igualmente a denominação «Tocar das Latas».
Com a Reforma de 1901 todos os cursos passaram a terminar as aulas ao mesmo tempo, deixando de haver razão para a troça. Mas as latadas continuaram, centradas agora na emancipação dos caloiros, ainda que com intermitências que, segundo Reis Torgal (Boémia da Saudade, Tomo II, 2003) se ficaram a dever a diversas convulsões políticas e académicas, à I Grande Guerra e à pneumónica. Sobre este período, há uns quantos depoimentos publicados em livro, deles se percebendo que, para além de variantes várias, nunca o essencial se alterou: caloiros a correr por Coimbra afora que nem loucos, debaixo de um barulho infernal, protegidos da praxe por tudo quanto fosse elemento metálico barulhento, atado por barbantes ou arames aos tornozelos, à cintura ou aos pulsos, em busca de uma emancipação que chegaria no final da corrida. Pelo caminho – fosse ele da Porta Férrea à Portagem ou de Santa Clara até à Porta Férrea – lá estavam os doutores de piquete, munidos de bengalas e mocas, tentando fazer soltar as latas, na expectativa de uma imediata rapadela daqueles que perdessem o seu «escudo protector». Como em todas as estórias com final feliz, há notícias de confraternizações e abraços entre uns e outros no final da refrega.
As latadas foram a dada altura transferidas para 27 de Maio e integradas nos festejos da Queima das Fitas. Branquinho da Fonseca, formado em 1930, conta-nos (Porta de Minerva, 1947) que havia no seu tempo duas formas de um caloiro obter a alforria: ou submeter-se à latada ou seguir no cortejo, no carro de um quartanista. Não é de estranhar: somos um país onde sempre houve duas vias para tudo…
Por artes que nunca ninguém me conseguiu explicar, mas que poderão ter a ver com a barbaridade do ritual e a sua progressiva desadequação à evolução da sociedade, as latadas emancipadoras dos caloiros desapareceram de cena por volta de 1935 e os caloiros passaram a emancipar-se de forma menos selvática, tal como eu o fiz em 1963: chegado o cortejo da Queima à Portagem, pedi a uma madrinha que me tirasse com jeitinho os adesivos da testa, onde as marcas de mercurocromo deixavam antever as supostas cicatrizes da recente amputação de um valente par de cornos.
Terminada a época das latadas do final do ano lectivo, emancipadoras dos caloiros, iniciou-se, uma década mais tarde, a época das latadas do início do ano lectivo, ligadas à imposição de insígnias. Mas essa estória fica para o próximo «post»."
Zé Veloso, artigo de 26 Outubro 2011, in http://penedosaudade.blogspot.com/2011/10/das-latadas-festa-das-latas-parte-i.html
Meu nabo, meu grelo
Sinto prazer em tê-lo
Que não há nada mais belo
Que o grelo do nabo
Que o nabo do grelo
Zé Veloso, artigo de 26 Outubro 2011, in http://penedosaudade.blogspot.com/2011/10/das-latadas-festa-das-latas-parte-i.html
"(Parte II)
As latadas do início do ano lectivo. A imposição de insígnias Vimos na Parte I deste tema que as latadas do final do ano lectivo, coincidentes com a emancipação dos caloiros, terminaram por volta de 1935.
Mas como lata faz barulho e barulho é sinal de festa, as latadas voltaram no final da década de 40, continuando pelos anos 50 e 60. Só que, desta vez, aconteciam no início do ano lectivo e estavam ligadas à imposição de insígnias: aos quartanistas que, a partir desse dia, poderiam colocar na pasta o grelo que tinham posto na lapela na Queima do ano anterior; e aos quintanistas que, tendo posto fitas na Queima anterior, podiam agora exibi-las até à Queima seguinte.
As latadas eram 5, uma por cada Faculdade de então – Medicina, Direito, Ciências, Letras e Farmácia – e aconteciam, não necessariamente por esta ordem, às quartas e sábados, depois de terminados os exames de Outubro.
Para os quartanistas grelados, os jovens lobos que iriam iniciar o seu ano de glória, a manhã começava muito cedo, com a visita ao mercado D. Pedro V. Era o reencontro entre os estudantes e as vendedeiras de hortaliça, a pretexto da compra de um nabo de rama farfalhuda que se metia na pasta onde o grelo florescia pela primeira vez. Dali saíamos a cantar uma lenga-lenga já caída no esquecimento da Academia de hoje,
Meu nabo, meu grelo
Sinto prazer em tê-lo
Que não há nada mais belo
Que o grelo do nabo
Que o nabo do grelo
enquanto, pela cidade, se ouvia já ao barulho dos Zés Pereiras e do foguetório.
Estes ritos eram automáticos e ninguém se questionava. Mas eu coloco a questão agora: Por que carga de água se chamará «grelo» à fita estreita? E que relação intrigante era esta, entre estudantes e vendedeiras de hortaliça, que levava os primeiros, no ano que representava o zénite da sua passagem por Coimbra, a ter como primeiro acto, após a imposição do grelo, uma visita ao Mercado D. Pedro V?
António Rodrigues Lopes (A Sociedade Tradicional Académica Coimbrã, 1982) parece trazer-me a resposta em quatro escassas linhas: O “grelo” seria a reminiscência de um molho de bróculos que floresceu de uma greve de hortaliceiras que a academia, solicitada, secundou. Surgiu deste modo, como símbolo heráldico de reivindicação contra a truculência da Câmara Municipal (in “À Porta Férrea”, de Serrão Faria).
A greve a que se refere ARL ficou conhecida pela «Revolta do Grelo». Foi uma insurreição muito séria, que durou vários dias e chegou a envolver 10.000 manifestantes, juntando estudantes e futricas do mesmo lado da barricada. Vamos aos factos: Em 11 de Março de 1903, insurgindo-se contra o aumento do imposto do selo, as vendedeiras de hortaliça do Mercado D. Pedro V entraram em greve, no que foram secundadas pelo comércio e operariado da cidade, ficando Coimbra sem abastecimentos por alguns dias. Seguiram-se tumultos vários e a intervenção das forças da ordem, vindas de fora, a qual se saldou por quatro mortos e vários feridos entre os populares e um morto entre os soldados. A Academia reuniu, declarou-se incondicionalmente ao lado do povo de Coimbra e organizou uma recolha de fundos para auxiliar as famílias das vítimas. O Governo encerrou a Universidade a 14 de Março e determinou que todos os estudantes não residentes saíssem de Coimbra, mas poucos arredaram pé. As aulas só reabririam a 20 de Abril.
Será que a ida ao mercado era o ritual inconsciente de um encontro que se repetia, por uma aliança forjada sessenta anos atrás entre os estudantes e as vendedeiras de hortaliça? E será que a denominação de «grelo» é alheia a tudo isso?
À tarde tinha lugar a latada propriamente dita. Era um cortejo trapalhão, com alguns zabumbas à mistura, que seguia o mesmo trajecto do cortejo da Queima. Para além dos grelados e fitados, de capa e batina e insígnias, desfilavam os caloiros que tivessem sido mobilizados, razoavelmente mascarados, tipicamente de pijama ou com o casaco do dia-a-dia vestido do avesso e as calças arregaçadas. Poucas latas havia, para além duns quantos penicos de esmalte, baixela indispensável das praxes coimbrãs. As greladas e fitadas seguiam na latada mas as caloiras não eram mobilizáveis. Os caloiros, que podiam pertencer a qualquer curso, ou seguiam ao serviço de um doutor que fizesse questão de levar o seu animal de estimação – eu levei um caloiro que me chegava um penico para aparar a cinza do cigarro e me estendia uma passadeira de cada vez que decidia ir cumprimentar um conhecido na assistência – ou faziam parte da legião de porta cartazes, a função mais chata mas também mais digna, já que os cartazes eram o prato forte da latada; e uma latada se dizia boa ou má consoante a piada, a classe e o atrevimento dos seus cartazes.
Em época de censura, tudo era dito por meias palavras, por frases cândidas que escondiam malandrice, por frases banais cujo arranjo gráfico poderia sugerir muito mais do que uma banalidade: Numa altura em que a palavra «Salazar» logo levantaria suspeitas, poderia o «sal» estar no início da frase e o «azar» no final dela mas escritos com uma cor que os realçasse. Aí, a censura, ou não entendia de todo ou não encontrava forma de cortar, fazendo-se, então, desentendida.
À noite a festa terminava no Tetro Avenida, já que os seus proprietários deixavam entrar de borla grelados, fitados e caloiros mobilizados, numa balbúrdia tremenda, um autêntico salve-se quem puder na busca de um lugar. O Avenida ficava cheio que nem um ovo, do galinheiro às coxias. Enquanto decorriam os documentários, ainda os porteiros tentavam controlar as entradas. Mas mal rugia o leão da Metro, a malta que ainda estava cá fora, como que galvanizada pelo ronco do bicho, logo fazia saltar os porteiros do lugar antes que fossem as portas a saltar dos gonzos.
O filme era quase sempre mauzinho, ainda que, na minha latada, tenha sido o West Side Story, que nos deixou mudos de espanto. Claro está que mal o Richard Beymer (Tony) começou a cantar «Maria, Maria, Maria…», logo do galinheiro alguém pediu uma bolachinha e estalou a gargalhada geral… Ai, aquele galinheiro! Empoleirados junto ao tecto, mal enxergavam o ecrã! Mas quando aparecia um decote mais generoso, logo gritavam para a plateia que dali é que se via tudo.
E hoje em dia como é? Acabadas as Latadas, aí temos a Festa das Latas, com algumas diferenças importantes mas não diferindo no essencial, ou seja: uma festa que acontece no início do ano lectivo e que está associada à imposição de insígnias dos novos grelados e fitados. Aliás, a denominação oficial da festa deste ano é «Festa das Latas e Imposição de Insígnias 2011». No entanto, ela serve também para mostrar os caloiros à cidade e promover o seu baptismo.
Mas o que há, então, de diferente?
Desde logo, um cortejo único. Se assim não fora, com o actual número de Faculdades (8) mais os Politécnicos e outras escolas de ensino superior (mais 8) teríamos latadas até ao Natal. Mas se o cortejo é único, o grosso da festa prolonga-se por quase uma semana, fora os preliminares, uma série de «inventos» que a malta organiza, desde concursos literários e fotográficos a torneios desportivos e peddy-papers, passando por uma caça ao tesouro em Conímbriga e por umas olimpíadas do conhecimento sobre Coimbra e a vida académica. São «inventos» que têm para o caloiro que chega uma função integradora muito mais eficaz do que as mais que estafadas praxadelas do tipo brincadeiras bobas no meio da rua.
A abertura oficial das Festas é marcada por uma serenata que tem lugar às zero horas de quarta para quinta, sem local fixo mas que se pretende não seja na Sé Velha. Já foi no Largo da Sé Nova, à Porta Férrea e na Praça Velha. Gosto da ideia de abrir as festas com uma serenata, acarinhando e perpetuando os fados e guitarradas e Coimbra. Mas agradar-me-ia mais que a serenata fosse sempre na Alta, já que é lá o seu espaço natural, por ser na Alta que reside a fonte de todas as tradições académicas. Mas se até o Hilário cantava no Choupal, conforme reza o fado que tem o seu nome, quem sou eu para condenar uma serenata na Baixa?
Como sucedâneo de luxo dos filmes no Teatro Avenida temos as noites no Queimódromo / Praça da Canção, com um cartaz de «show business» à escala dos nossos dias, do poder de compra dos estudantes de hoje e dos interesses comerciais que se movem em torno das festas académicas, onde cada vez a cerveja mais escorre e o INEM mais acorre.
Mas é no cortejo de terça-feira – cerne praxístico das festas – que eu encontro mais novidades: qualquer estudante universitário pode desfilar – não apenas os novos grelados e fitados – incluindo as caloiras, que podem agora ser mobilizadas pelas doutoras. Aliás, penso que a entrada da mulher em peso naUniversidade terá sido a mola impulsionadora da mudança. Embora mantendo ainda um cunho reivindicativo e crítico, o cortejo ganhou uma alegria que não tinha no meu tempo, mais se assemelhando a um desfile carnavalesco, onde cada curso canta o seus hinos e faz as suas coreografias, com os caloiros e caloiras vestidos com fantasias de cores garridas.
Para além disso, existem dois conceitos completamente novos, cuja origem desconheço: o baptismo de caloiro e o morder do nabo. Quanto a este último, os caloiros, durante o cortejo, têm de ir mordendo os nabos dos semis, cuja rama é mais tarde atirada ao Mondego. Quanto ao baptismo, cada caloiro/caloira escolhe, entre os doutores, um padrinho/madrinha de baptismo (ver Nota no final). Chegados ao largo da Portagem, a turba dirige-se para essa enorme pia baptismal que dá pelo nome de Mondego e, fazendo-se uso dos penicos que cada caloiro transportou consigo durante o cortejo (conjuntamente com uma chupeta), vai de mandar pela cabeça da caloirada abaixo – «in nomen solenissima praxis caloiro(a) baptizado(a) est»! – um chapadão de água do rio que, embora não me constando que seja benta, tem a propriedade de curar na hora uma boa parte das borracheiras em que o cortejo é fértil. Tudo previsto!
Deixei para o fim a visita ao mercado D. Pedro V, onde se introduziu, há já mais de uma década, a triste ideia de que a tradição impunha que o nabo fosse roubado e não comprado. Em 1/11/2000 li no Diário de Coimbra uma exortação do Conselho de Veteranos, lembrando que o nabo é para ser comprado e não roubado. Mas, sete dias mais tarde, o mesmo jornal anunciava, como fazendo parte do programa oficial da latada, o «Roubo do nabo»…
Estive em Coimbra há poucos dias e falei com várias vendedeiras do mercado que me disseram que já se rouba menos… mas ainda se rouba! É uma pena. E é indigno de um estudante, que assim se diverte no que é o trabalho dos outros.
Faço votos para que este estúpido costume – o roubo do nabo – caia rapidamente em desuso. Seria uma pena que, por brincadeiras inconscientes, fosse posta em causa uma aliança tão bonita e tão antiga. É que os estudantes de Coimbra aprenderam a ir ao mercado abraçar as vendedeiras muito antes dos políticos. E não o fizeram para caçar votos, mas sim por solidariedade.
Nota: A escolha de um padrinho pode ser inspirada nas descrições do Palito Métrico, que nos transmitem que era frequente os caloiros colocarem-se sob a protecção de um veterano “lá da terra” ou que lhes tivesse sido recomendado. "
Zé Veloso, artigo de 03 de Novembro 2011, in http://penedosaudade.blogspot.com/2011/11/das-latadas-festa-das-latas-parte-ii.html
Zé Veloso, artigo de 03 de Novembro 2011, in http://penedosaudade.blogspot.com/2011/11/das-latadas-festa-das-latas-parte-ii.html
Notas às Lojas de Artigos Académicos
Este artigo já há muito que o devia a mim próprio e aos leitores do blogue.
Já por diversas vezes aqui se falou sobre a praxis de emblemas, pins... mas nunca tínhamos abordado uma outra questão, porventura de pormaior importância: o papel das lojas e empresas dedicadas à confecção e/ou venda de artigos académicos.

Antigamente, os trajes adquiriam-se em alfaiatarias ou modistas; depois, em lojas de pronto-a-vestir comuns. Sapatos, esses, numa sapataria, obviamente, ao contrário do que hoje se torna comum: as lojas também os fornecerem.
Hoje massificou-se o negócio, a que se colou uma parafernália de acessórios tão inúteis quanto ridículos.
Nada a obstar, até aqui, excepto, precisamente, o que ainda agora acabámos de dizer: a venda de artigos cuja utilidade e pertinência é nula.
Cada um tem de fazer pela vida, é certo; mas um negócio sério deveria ser mais respeitador das tradições, evitando adulterar as mesmas a pretexto de lógicas comerciais que transforam a seriedade e sobriedade num verdadeiro carnaval. Não é bem um vender "cavalo por vaca", mas disponibilizar ambos por atacado.
O resultado está bom de ver: às custas da tradição que se deturpa e, por isso, delapida, enchem-se as caixas registadoras dos euros ganhos a venderem pseudo-pastas da praxe para finalistas; fitas de finalista sem pés nem cabeça (estampadas, com desenhos…e às dezenas); emblemas sem fundamento algum; “penduricalhos”, como as famosas “madeirinhas”, que são mais um adorno vazio de sentido... tudo contribuindo para a Praxe se vá progressivamente tornando num verdadeiro carnaval e feira de vaidades.
Têm as lojas culpa nesse corso carnavalesco?
Têm, claramente, ao colocarem no mercado artigos que os códigos (pelo menos os mais sérios) e a Tradição não contemplam, lado a lado com o que é autêntico e tradicional; ao venderem sem aconselhamento, sem procurarem, seriamente, respeitar a Tradição ou informar-se sobre a mesma (mesmo se sabemos que, algumas vezes, seguem código, eles próprios, pejados de artificialismos estapafúrdios).

Não têm que olhar à Tradição, pois as lojas não são organismos de Praxe, responderão, e bem. Certo. Não são, de facto, e, desse ponto de vista, nada a acrescentar. Mas perguntaríamos então, de onde provêm as pastas de finalistas e as fitas estampadas ou desenhadas (pois não consta que fossem iniciativa estudantil - legislada em código)? Se não são organismos de praxe, por que razão apareceram certos artigos (madeirinhas, certos emblemas, pastinhas de finalista e outras tretas......) que nunca foram contemplados autorizados ou criados no foro estudantil? Afinal quem dita a Praxe? Afinal onde mora a culpa de certas "invenções"? E depois querem fazer crer que é tudo "da Praxe"? Da "praxe" de quem?
Por isso importa falar de ética e seriedade no respeito por uma Tradição de que se aproveitam comercialmente.
Por isso importa falar de ética e seriedade no respeito por uma Tradição de que se aproveitam comercialmente.

As seguintes imagens são de algumas lojas que têm página na Net (muitas outras não têm), onde podemos ver os tais artigos à venda, confirmando o que acima expusemos (imagens a que colocámos jocosamente o "selo" de "Not Approved", para que o leitor possa perceber que "nem tudo o que luz é ouro", como diz o chavão).
Respeitamos e compreendemos a lógica comercial e a eficácia do cross merchandising.
Entendemos, no entanto, que estes estabelecimentos podem e devem ter, também, uma função pedagógica, ajudando a separar o trigo do joio; o que é essencial, do que é acessório; o que é Tradição do que o não é.
As nossas portas estão, como sempre estiveram, abertas para ajudar e aconselhar, dentro da modéstia dos nossos conhecimentos.
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