quinta-feira, 24 de abril de 2008

Notas sobre as Latadas - Dados

 <a href="http://photos1.blogger.com/blogger/48/2307/1600/Caloiros.jpg"><img style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/48/2307/200/Caloiros.jpg" border="0" /></a><br /><strong><span style="font-size:130%;">AS LATADAS</span></strong><br /><br /><br />As Latadas são uma das festividades académicas mais irreverentes e divertidas, marcando actualmente a iniciação dos caloiros à Praxe Académica. Neste cortejo, os caloiros vão vestidos com fantasias ao gosto dos doutores da praxe transportando normalmente cartazes de carácter crítico respeitantes à vida circum-escolar, política e social da nação e da comunidade internacional.<br />A partir dos anos 50 e 60 passam a realizar-se no início do ano lectivo e não no final como acontecia antes.<br /><br />Após o fim do período de Luto Académico, em 1979 a Praxe Académica volta à actividade. É a partir desta data que se passa a realizar uma só Latada para todas as Faculdades. Anteriormente, até aos anos 50 e 60, faziam-se tantas Latadas quantas as Faculdades, mas o aumento significativo do número de estudantes levou a que se procedessem a alterações nas realizações das Latadas<br /><br />As "Latadas" remontam ao século XIX quando os estudantes exprimiam ruidosamente a sua alegria pelo termo do ano lectivo - em Maio. Utilizavam para tanto todos os objectos que produzissem barulho, designadamente latas...<br /><br /><blockquote>Durante os 3 primeiros dias que antecediam as férias de ponto ninguém na Alta<br />(Bairro Latino) tinha sossego. Das instituições académicas subsistentes foi das<br />que melhor testemunhou o longo processo evolutivo, porquanto chegou quase aos<br />nossos dias ligada simultaneamente à cerimónia de imposição de insígnias e à<br />iniciação dos caloiros (baptismo).<br />Como a “Queima” as “Latadas” representam<br />um modo de reconhecer a autenticidade das instituições e o poder político<br />decorrente da legitimidade saída de uma sociedade fortemente tradicionalista.»</blockquote>(in A sociedade tradicional Académica Coimbrã de A.R. Lopes, s.d.,)<br /><br />Analisemos o relato de Trindade Coelho para tentarmos compreender melhor a vivência académica do seu tempo:<br /><br /><blockquote>«Ora foi na aula do Chaves, nem mais nem menos, que o Pássaro, rasgando uma<br />folha em branco da Novíssima Reforma Judiciária, fez no 4.º ano o programa das<br />latas, o célebre programa das latas, que é hoje raríssimo, e uma das peças<br />clássicas da boémia de Coimbra - tão afamado como o Palito Métrico! Apanhado, o<br />programa foi impresso; e impresso, não houve ninguém que o não comprasse no dia<br />seguinte, à Porta Férrea, por um vintém - pois que de mais a mais tinha<br />oportunidade: as aulas de Direito fechavam-se nesse dia, e à noite, como era da<br />tradição, a rapaziada tinha de sair pelas ruas de Coimbra - naquela<br />extraordinária inferneira chamada a Festa das Latas, em que cada um, incluindo<br />os novatos, que nesse dia ficam emancipados e já podem sair de noite sem<br />protecção, arrasta atrás de si as latas que pôde ir juntando durante o ano, ou<br />as que comprou na «feira das latas» aos garotos, que vendem uma banheira velha<br />por um pataco e três cântaros de «folha» por um vintém!<br />Essa é a tremenda<br />noite de Coimbra, em que ninguém prega olho - troça aos estudantes das outras<br />Faculdades, que ainda têm aulas no dia seguinte -, e que uma vez obrigou a fugir<br />não sei que inglês touriste, que berrava, de mala na mão, a correr para o<br />caminho-de-ferro:<br />- Doidos! Doidos! Doidos varridos!» Fim de citação.</blockquote><br /><br />Bibliografia: In Illo Tempore; Coelho, Trindade; Publicações Europa-América, Livros de Bolso, n.º 287; s.d.; pp. 14

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