segunda-feira, 25 de maio de 2015

Notas ao Rasganço

O rasganço é um ritual que, ao longo de décadas, poucas alterações sofreu.
Parece ter origens em finais do séc. XIX inícios do XX, sem certezas absolutas.
Surgirá, estamos em crer, em razão, também, do "ódio de estimação" que os alunos tinham pelo uniforme estudantil, de uso obrigatório, e para quem ele constituía, na época, mais um símbolo de submissão às normas disciplinares do que identificação do foro privativo.
Com o rasgar do traje, terminava o tempo das liberdades cerceadas e os jovens alunos podiam, finalmente, na sua perspectiva, serem livres e emanciparem-se definitivamente como homens.

Inicialmente, tinha lugar no último dia de aulas e os alunos mais novos ficavam à espera dos alunos do 5º ano para lhes esfrangalharem as roupas.
Era, de certo modo, o exorcizar de anos de "duras penas", um grito de libertação do jugo dos estudos, o fim das sebentas, dos exames, das orais, das farras perdidas para ficar em casa a "marrar"..............
Nessa altura, era todo o traje, capa incluída, que eram feitos em farrapos.
Nessa altura, o rasgado valia-se da capa de algum caloiro ou colega mais novo, senão ia mesmo a correr em pelota até casa, para gáudio das sopeiras, tricanas e população que, com os estudantes em festa, dava vivas ao finalista, entre risos puritanos e gargalhadas desbragadas aos fugitivos nudistas.

Com o tempo, o ritual "civiliza-se".
Essencialmente partir do pós-guerra, o rasganço passa a ocorrer já não no último dia de aulas, o famoso "dia do ponto" (marcado, tradicionalmente, pelas latadas), mas após o último acto de formatura, ou seja, e como hoje se observa, aquando do último resultado afixado nas pautas que atestava o fim do curso.
Entretanto, a capa deixou de ser alvo dos ataques destrutivos, passando a ficar a salvo do rasganço e passando a significar, romanticamente, lembrança dos tempos de estudante. O resto, ia tudo ao ar!

Outra evolução que ocorreu foi que este ritual do rasganço passou para o foro privativo, já não como acto público, espontâneo e por vontade de terceiros, mas em data escolhida pelo próprio estudante, convidando para o ritual as pessoas chegadas, os colegas (podendo ter mais ou menos visibilidade na via pública, conforme desejo do rasgado).
A capa, que então era poupada, servia para cobrir o pobre rapaz, evitando infringir a lei respeitante ao decoro na via pública.

Actualmente, algumas partes do traje também já não são retiradas, mas permanecem no rasgado, a modos de gozação, de brincadeira: os punhos da camisa e o colarinho, bem como a gravata ou laço (por vezes, meia gravata apenas).
Mais recentemente ainda, as mulheres entraram no rito, havendo, já, vários registos de rasganços femininos, embora, por norma, com maior recato na hora de passar a tesoura (mesmo se, tradicionalmente, o rasganço se fizesse sem recurso a tal utensílio), proibida de ad libitum à roupa interior.

 in revista Rua Larga, nº 53, de 31 Maio de 1961, pp.1334-135

In Coimbra, o Tempo De História, de Sofia Rosário.
Coimbra, Dpt. Gráfico da AAC, Março de 1989








Notas às Colheres de café no Traje


Importa meter uma colherada, e bem grande, neste assunto de colheres que infestam pandemicamente as gravatas de tantos e tantos trajes académicos.

São ainda muitos os que acreditam ser "da praxe" meter uma, ou mais, colheres na gravata ou lapela do seu traje, emprestando-lhe uma quantidade enorme de significados e explicações fantasiosas que, contudo, não encontram qualquer fundamento histórico ou praxístico na tradição académica portuguesa.

Pior ainda quando, em alguns códigos, podemos ler que a colher (de café, ainda por cima) deve ser roubada (leram bem: ROUBADA).
Mas de onde vem essa moda das colheres que, ainda há menos de 20 anos não existia?

Sabemos que, tradicionalmente, a colher de madeira é uma insígnia de praxe usada, como tal, desde finais do séc. XIX, supostamente como referência aos antigos sopistas. No entanto, ela surge de facto como substituta da palmatória, ou seja como instrumento repressivo (que, juntamente com a moca e tesoura, forma a trindade das "armas" que os alunos mais velhos usavam para exercer os castigos sobre os novatos - embora convenha dizer que, no caso da moca, ela era muito mais utilizada como arma de defesa do que propriamente para aplicar sentenças ou punições).

A colher que vemos por aí disseminada, tal doença contagiosa, por gravatas e lapelas, parece ter surgido por cópia equivocada e romanceada da tradição tunante espanhola (volta e meia, um ou outro tuno aparecia de bicórneo e com as ditas colherinhas de madeira no mesmo)
Com efeito, era bastante comum, entre a segunda metade do séc. XIX e primeiros anos do séc. XX, vermos tunos espanhóis ostentando, nos seus bicórneos (chapéu de 2 bicos), uma ou duas pequenas colheres de madeira cruzadas.

As explicações (bastante posteriores) dadas a tal era uma suposta evocação das colheres que os sopistas de antanho supostamente usavam para ir à "sopa boba", ou seja um sinal da sua mendicidade.
Só que até isso é lenda.

Desenho publicado por
Vicente de la Fuente em 1842,
Conforme informações adicionais dadas por Félix Martín Sárraga, presidente do Tvnae Mvundi, e um dos mais conceituados investigadores tunantes a nível mundial, tal colher teria surgido, ela também, por uma cópia de um desenho inventado no séc. XIX.
A primeira referência ao uso de uma colher num chapéu de um (suposto) tuno/estudante  é de Vicente de la Fuente que publica um desenho no "Semanário Pitoresco Español" em 1842[1], onde se vê uma figura de um tocador com colher no chapéu. 
Com efeito, e sem se percebe porquê (pois não era uma tradição ou prática existente), ele pintou uma colher no chapéu da personagem (fictícia, note-se). 

Décadas mais tarde o próprio autor, e segundo testemunho do próprio, ficou espantado com a importância que teve  tal desenho na rápida apropriação por parte das estudiantinas carnavalescas, passando os seus membros a ostentar tal colher que, contudo, nunca antes o fora.

Obviamente que, mais tarde ainda, surgiram as explicações costumeiras dos sopistas, quando questionados sobre o porquê de tais colheres, ganhando laivos de verdade histórica o argumento da evocação dos sopistas (sopistas esses que não eram todos estudantes, note-se; com efeito apenas os estudantes mais pobres viviam de esmola e caridade, mas não eram os únicos a quem se chamavam sopistas) que, fique claro, não ostentaram nunca qualquer colher no seu traje estudantil, fosse a capa y gorra ou no mantéu (Vd. Qvid Tvnae? A Tuna Estudantil em Portugal, pp. 48-62).

Uma estudiantina em França, ca. 1900
Fica, pois, claro que nunca  se usou qualquer colher num traje estudantil e que, a partir da 2ª metade do séc. XIX, só os tunos espanhóis, até sensivelmente as primeiras décadas do séc. XX (depois é já mais pontual ver-se, pois o bicórneo, entretanto, cai igualmente em desuso generalizado a partir da década de 1920[2]  - altura, também, em que vemos tunos a ostentar as colheres no peito) o fizeram, mas num traje de tuna, não num traje estudantil (em Espanha, o traje estudantil foi abolido em 1834, quando cessou o foro académico).

Em Portugal, entretanto, não há nenhuma tradição de colheres seja em que traje for; e sopistas, tendo-os havido, não tiveram sequer a expressão que marcou a cultura do país vizinho - além de que não existe qualquer referência a andarem de colher, note-se.

Portanto, caros leitores, ir em busca de argumentos de antanho, recuperando a desculpa dos sopistas para justificar colheres no traje estudantil não tem ponta por onde se lhe pegue, senão como neo-romantismo ficcionado

Quanto à imitação histórica das antigas estudiantinas e tunas do país vizinho, parece-me, uma vez mais, pretender enxertar-se, ad hoc, na nossa tradição académica, algo que lhe é de todo alheia.

Neste preciso momento, o leitor mais atento ao Notas&Melodias lembrará o caso da influência das tunas espanholas no uso dos emblemas nas capas.
Tem razão. 
De facto, a partir da década de 1980, tal prática dos tunos espanhóis aparece em força nas tunas portuguesas e rapidamente se cristaliza pelos restantes estudantes (uma "tradição" que, como sabemos, surge em Espanha apenas a partir dos anos 60, por força da "moda mochilera"). 
Mas se o leitor reparar bem no artigo que explica a origem dos emblemas nas capas (ver AQUI), verá que já bem antes os estudantes costumavam coser emblemas no fundo da sua capa, nomeadamente em Coimbra, cosendo o símbolo da Briosa ou o caso dos orfeonistas e coral de letras.
Há, pois, um antecedente; um antecedente português de feição estudantil.

Mas outro aspecto assoma  em oposição ao uso desbragado e infundado de colheres de café nos trajes: a colher, como insígnia, é insígnia de Praxe e não como insígnia pessoal.

Faz toda a diferença, quando, na verdade, temos uma tradição secular em torno da colher de pau, enquanto instrumento da prática praxista e o uso de colheres mais pequenas a modos de coisa nenhuma.

- Nunca a tradição académica portuguesa contemplou outra colher que não a colher de pau (e não de metal; e não de café), e como insígnia de praxe apenas.
- Nunca a tradição académica contemplou colheres no traje estudantil; nem ela nem qualquer das primeiras codificações ou documentos que, ainda hoje, nos ilustram as práticas e tradições estudantis mais antigas.
- Não há qualquer referência a estas seja em que documento ou código for, anterior a ca. 2000. O primeiro Código de Praxe existente em Portugal (1957) nada refere também, como é óbvio.

Infelizmente, quando a falta de senso reina e os estudantes são menos criteriosos, temos estas invenções, acompanhadas das simbologias e significados tão diversos quanto fantasiosos e disparatados (nº de matrículas, amizades, amores, chumbos, provas de amizade, grau hierárquico ......), quase lembrando as que costumam acompanhar as dos dos rasgões e tranças (uma aberração, note-se, essa das tranças) nas capas.

Continua a ser preciso questionar e perceber de onde vêm as práticas que copiamos, seguimos (demasiadas vezes com cego fundamentalismo) ou que nos impingem, de modo a aferir da sua validade e fundamento.
É dever de um estudante universitário saber, de forma mais criteriosa e alicerçada, a razão de ser das "tradições" que segue, evitando "comer gato por lebre" e andar a defender precipitada e emocionalmente aquilo que não consegue com a razão.

Há quem queira seguir e respeitar a Tradição. Outros optam pela Tra(d)ição.
Uma escolha que implica saber, para bem se viver.





[1] Edição de 08 de Maio de 1842
[2] A partir dessa altura, o bicórneo vê-se muito pontualmente num ou noutro tuno.

sábado, 25 de abril de 2015

Notas à Bênção das Pastas (Origens e história)

Nota prévia: este artigo vem substituir dois outros dedicados à Bênção das Pastas de Lisboa e Porto, os quais ficam, agora, incorporados neste novo texto.



A Benção das Pastas é, de há largos anos a esta parte, um dos momentos altos dos festejos das Queimas das Fitas (também denominadas de Semana Académica) um pouco por todo o país.
Trata-se de uma cerimónia religiosa inicialmente promovida e destinada a finalistas católicos a quem, com o passar do tempo, a simbologia e prestígio do acto, se foram associando os demais estudantes finalistas, fossem, ou não, crentes.
Tem-se a ideia errada de ser a Benção das Pastas uma cerimónia praxística ou costume da Praxe, quando não o é, nem nunca foi sequer.
A verdade é que a solenidade desse evento cedo cativou os estudantes, mormente a sua maior ou menor afinidade com o catolicismo, a sua maior ou menor fé, a sua relação mais ou menos próxima com a Igreja.
 A Bênção das Pastas gira em torno da Eucaristia de Acção de Graças, pelo sucesso escolar alcançado, e de súplica esperançosa num futuro profissional risonho.
Mas não foi esse lado mais religioso que despertou o interesse de muitos dos estudantes que elevaram este acto a costume e tradição académica, mas, sim, o rito de consagração, em primeiro lugar, e, depois, a bênção, propriamente dita, dentro da pompa e solenidade que, nos festejos da Queima, não existia, de facto, para assinalar o fim dos estudos – algo que nem a entrega de diplomas conseguia oferecer.
Foi, por isso, com naturalidade, que uma cada vez maior adesão se foi registando, tendo, como resposta, por parte da Igreja e associações de finalistas católicos (entidades promotoras e organizadoras), uma abertura “ecuménica” que possibilitou, com o passar dos anos, que fosse o momento especialmente acarinhado pela academia e transformado num dos pontos altos (e o de maior solenidade) dos festejos e tradições académicas.
Com efeito, a Benção das Pastas, continuando a ser uma cerimónia religiosa católica, abre-se paulatinamente a toda a academia, a todos finalistas (crentes convictos, ocasionais ou mesmo não crentes) onde os menos dados à religiosidade sentem, contudo, ser importante participar pelo simbolismo que tal acto adquirira, já, no seio da academia.
 
COIMBRA
 
O primeiro registo de tal cerimónia remonta ao ano de 1930, em Coimbra, como disso nos dá conta Alberto Lamy:
 
“Na capela da Universidade efectuavam-se a Consagração dos Quintanistas ao Sagrado Coração de Jesus (pela 1ª vez, na Sé Velha, a 25 de Maio de 1930, em cerimónia promovida pelos estudantes do CADC) e a Bênção das Pastas.
Havia missa celebrada pelo Bispo-Conde, com presença do reitor e de muitos professores.
Ante o Santíssimo exposto, um dos quintanistas, em nome dos colegas presentes, lia a fórmula de consagração.
Os quintanistas apresentavam as pastas ao Bispo-Conde que dava a bênção geral, começando depois a desfilar perante ele, ajoelhando-se a seus pés. Logo que o quintanista recebia a bênção, deixava o seu nome no Livro de Ouro das consagrações que estava no centro da Capela e se guardava no CADC.
Finalmente, o Bispo-Conde dava a Bênção do Santíssimo.
Terminadas as cerimónias, os quintanistas, com as individualidades presentes, tiravam a fotografia da praxe na escadaria central da Via Latina.
“A Bênção das Pastas é, para o estudante católico, a cerimónia mais solene do seu curso académico. Na hora da partida, depois de váriso anos de trabalho a preparar o dia de amanhã, os finalistas abeiram-se do altar, numa manifestação viril e espontânea de fé, para consagrar a Deus a sua vida e receber dele uma bênção especial para a Pasta em cujas fitas se escrevem os nomes mais queridos[1]”. [2]

 

O N&M, fiel ao seu propósito, procurou algo que documentalmente reforçasse o que o insigne investigador acima mencionava na sua obra, tendo descoberto o seguinte artigo, precisamente a dar conta da 1ª Bênção das Pastas em Coimbra (porventura a 1ª em Portugal).
 
(Gazeta de Coimbra, Ano 19º, Nº 2496,  de 27 Maio 1930, p.2)
 
Igualmente interessante é perceber que, nos primórdios desse acto solene, existia claramente uma separação entre esta cerimónia e demais festejos da Queima, sendo a participação restrita a estudantes católicos, a maioria deles ligados e inscritos nas várias associações do género (algumas delas com uma intervenção social e associativa, peso e prestígio, ao nível da associações académicas).
 Disso podemos dar conta, através do que nos relata António José Sares:

“Festa dos Quintanistas
Os quintanistas católicos celebraram a sua festa de consagração ao S.C. de Jesus, fotografando-se em seguida.
Os quintanistas não católicos também se fotografaram em grupo”.[3]

 

Ao que tudo indica, a abertura à comunidade em geral fica definitivamente reforçada a partir dos anos 60, em razão dos ventos de mudança que sopram do Concílio Vaticano II[4], passando a  Bênção das Pastas  a ser aceite e considerada como uma cerimónia integrante da tradição estudantil, a par com as demais, a qual, por exemplo no Porto, já era comumente aceite como acto que iniciava a própria Queima, como o atestam os títulos de O Comércio do Porto de 1953 e 1955 respectivamente:
"Com a benção das pastas e um sarau para proclamação dos vencedores dos «Jogos Florais» começaram ontem as festas da «Queima das Fitas» dos estudantes universitários do Porto " (1953-05-04)
 "Com a benção das pastas e um sarau artístico para distribuição dos prémios dos «Jogos Florais», iniciaram-se ontem as festas da «Queima das Fitas» dos estudantes universitários desta cidade"(1955-05-09)

 O amigo Zé Veloso adenda ainda o seguinte, comprovando que a inserção da Missa nos festejos da Queima é bastante recente e que passaram mais de 3 décadas até se cristalizar como Tradição Académica em Coimbra:

"Acrescento às considerações do autor do artigo que, no tempo de Gonçalo dos Reis Torgal - 1959 - a cerimónia ainda estava, de facto, fora das festas da Queima. Nesse ano, diz ele que a Benção foi a 4 de Maio e o programa da Queima começou uns 10 dias depois."


 
Benção das Pastas em Coimbra (Sé Nova) na actualidade.
 
 
 
 

LISBOA

 

No que concerne a Lisboa, António Nunes (2013) diz-nos que a 1ª ocorrência de uma Missa de Finalistas teve lugar em Lisboa, em 1926 - o que significaria que a tradição da Bênção das Patas teria origem na capital,  mas não conseguimos, até agora, uma foto de tal ou quaisquer documentos que o comprovem, nem mesmo registos anteriores a 1933.
Parece-nos, pois, que o cliché que a seguir apresentamos será o primeiro documento fotográfico sobre a Benção das Pastas na capital, a qual se realizou em 1933 (na Igreja dos Mártires), para os "quintanistas católicos de direito e medicina", precisamente o mesmo ano em que existe a 1ª referência a esta cerimónia no Porto.
Na falta de mais dados, apenas podemos colocar a bênção das pastas em Lisboa como tendo iniciado em 1933.

 

(Ilustração, 8º Ano, Nº 6 (174), de 16 Março 1933, p.10 - Hemeroteca Municipal de Lisboa)
 

Segue-se um segundo cliché, datado de 1934, com os quintanistas de Direito.

 

(Ilustração, 9º Ano, Nº 198 , de 16 Março de 1934, p.33 - Hemeroteca Municipal de Lisboa)
 

Na foto de 1936, que abaixo apresentamos (esta, tirada no interior da Igreja), a respectiva legenda já não especifica os cursos envolvidos (porventura porque já os teria congregado a todos), mas apenas que os estudantes são católicos. De notar o número considerável de mulheres que, embora não envergando traje, se apresentam de pasta e fitas.

 
(Ilustração, 11º Ano, Nº 251 , de 01 Junho de 1936, p.26 - Hemeroteca Municipal de Lisboa)

 
Benção das Pastas em Lisboa (Terreiro do Paço) na actualidade
(com o então Cardeal Patriarca, D. José Policarpo)



PORTO

 
Tal como sucede em Lisboa, sabemos que, na Invicta, esta cerimónia tem  lugar desde, pelo menos, 1933 (e não 1944 como inicialmente se pensava) e que, nos anos 50, se torna parte integrante do programa da Queima das Fitas portuense.
 Relata o artigo abaixo, datado de 1933, que esta cerimónia foi organizada por iniciativa da Associação dos Estudantes Católicos do Porto (em Lisboa, cremos passar-se o mesmo) e que as pastas estavam "...amontoadas numa ampla mesa, ao lado da Epístola".

Depois de abençoadas as pastas, estas foram entregues aos alunos pelos lentes da Universidade.

 

(O Comércio do Porto, de 04 Maio, de 1933, - ref. do Arquivo da UP - AN2-N83-P74)

 
Seguem-se mais 2 clichés, também referentes à Bênção das Pastas do Porto; o primeiro de 1938 e o segundo de 1939, recentemente descobertos pelo N&M.
Note-se que o uso da capa e batina ainda não é, aqui, tido como obrigatório, dado que a etiqueta académica não contemplava, ainda, este tipo de cerimonial.

 

(Ilustração, 13º Ano, Nº 298, de 16 Maio de 1938, p.10 - Hemeroteca Municipal de Lisboa)

(Ilustração, 14º Ano, Nº 322, de 16 Maio de 1939, p.7 - Hemeroteca Municipal de Lisboa)
 

As imagens que se seguem, obtidas no Arquivo Digital da UP, vêm reforçar o que já expusemos, ou seja que a cerimónia da Bênção das Pastas ainda era, de certa forma, algo "à parte", só para alguns, sendo explícitas as referências a "Finalistas Católicos", menções que irão tendencialmente desaparecer, à medida que a cerimónia se abre a toda a academia (e esta a adopta igualmente como o momento mais solene dos festejos de fim de ano).

 
(O Comércio do Porto de 14 de Maio de 1945 - Ref. do Arquivo da UP - AN2-N261-P278)
 


(O Comércio do Porto, de 7 de Maio de 1951 - Ref. do Arquivo da UP - AN2-N618-P480)

(O Comércio do Porto de 10 de Maio de 1958 - Ref. do Arquivo da UP - AN2-N447-P400)
 

Benção das Pastas no Porto (Av. dos Aliados, com a Câmara Municipal ao fundo), na actualidade.
 
A Benção das Pastas é, actualmente, uma cerimónia que envolve milhares de pessoas, o que obrigou a que, em muitas cidades, a mesma ocorresse fora dos locais de culto, tornando "missa campal".
A esta cerimónia está associada a etiqueta da praxis que determina que o estudante se apresente rigorosamente trajado e com a sua pasta fitada (pasta da praxe com 8 fitas).
Um dos costumes que está igualmente associado a esta cerimónia é a de os pais(ou muitas vezes a “cara metade”) oferecerem ao finalista, no fim da Eucaristia, um aramo de flores, preferencialmente com as cores do curso/faculdade.
Mantém-se a bênção por parte do prelado, mas já não existe a apresentação individual dos finalistas ao bispo (ajoelhando-se para receber a bênção), nem a consagração, tal como não existe o registo (assinatura) dos finalistas em livro próprio (o tal “livro de ouro”).
Com efeito, em virtude da massificação, e tendo em conta, também, uma feição “ecuménica” (muitos vão lá, mas sem fé sequer, apenas e só pela cerimónia – a lembrar alguns casamentos de véu e grinalda), a cerimónia aligeirou-se, continuando, ainda assim, a ter a Eucaristia por centro e cerne do acto.


 
Benção das Pastas em Viseu (largo da Sé) presidida por D. António Marto
(actualmente bispo de Leiria-Fátima)

 



Poderá interessar ao leitor o seguinte artigo (AQUI) dedicado à ocorrência da Benção dasBastas nas Escolas do Magistério Primário (tradição iniciada nos anos 50) e que, no caso de Lisboa, explicam o porquê dessa "peregrina" tonteria de usar pastas com dezenas de fitas (em vez das 8, como manda a tradição) e as mesmas apresentarem desenhos e monogramas.



 



[1] Estudos. Juklho de 1948, Ano XXVI (facs. VI-VII), nº 268-269, pág. 390-391.
[2] LAMY, Alberto Sousa – A Academia de Coimbra, 1537-1990. Lisboa, Rei dos Livros, 2ª Edição, 1990, pp. 671-672
[3] SOARES, António José – Saudades de Coimbra, 1917-1933(Tomo III). Almedina. Coimbra, 1985, p. 5 do ano de 1932.
[4] O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecumênico da Igreja Católica, foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961, através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII, que o inaugurou no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.

Notas ao Código de Praxe do ISEC Lisboa



Vou tentar, na medida do (im)possível, analisar este "código", sem me saltar a tampa.
Trata-se do Código de Praxe em vigor no ISEC de LIsboa (Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa), datado de 2012, e que podem encontrar AQUI.


Pensava eu ter visto tudo em matéria de acefalia legislativa em Praxe, mas este "código" ultrapassa em parvoíce e estupidez tudo o que, até agora, me foi dado conhecer e ver.

Esta análise não se dirige propriamente a quem fez este "código" e muito menos a quem o implementa, porque duvido que essas pessoas tenham capacidade intelectual de perceber (e para esses ficam apenas os reparos e as críticas).
Destina-se, por isso, aos alunos dessa instituição que não têm culpa de serem enganados por quem não tem escrúpulos em fazer vigorar tonterias e ignorância, fazendo gala da sua incompetência total e absoluta.
Que os alunos do ISEC de Lisboa possam aproveitar esta análise para pensar pela sua própria cabeça.






Começamos por questionar o que diabo tem a Associação de Estudantes a ver com um Código de Praxe.
Não é da sua competência tal assunto. Contudo, se a dita associação se afiança como guardiã e entidade oficial a quem pedir contas deste documento, creio que arranjou boa maneira de sujar o seu nome e de ter arranjado lenha para se queimar (dado que o documento promove ilegalidades perante a nossa lei e constituição).
Dado o conteúdo do documento, é vergonhoso ver uma AE associada a tal.

Depois, naturalmente, questionamos a definição de Praxe, a qual está, obviamente, errada.

Pior ainda, quando determina que, quanto à vinculação à Praxe, qualquer outro aluno deve respeitar o presente código. Em abono da verdade, estar em Praxe é precisamente não respeitar nem uma linha do que está neste documento.







Depois temos esta noção totalmente errónea de "matrícula", ao afirmarem que não reconhecem matrículas que não as feitas no ISECL. Ora a questão de matrículas não é de Praxe, nem a Praxe ou qualquer organismo praxístico tem competência sobre o assunto.
Só os serviços administrativos da instituição e o Ministério da Educação têm jurisdição nesse aspecto.







A seguir, essa noção estapafúrdia de "Caloiro", não percebendo que caloiro é qualquer aluno matriculado pela 1.ª vez no ensino superior, seja ele qual for; e que só se é caloiro uma vez na vida.
Quanto ao "Caloiro Vadio", não se percebe, de todo. Andam os praxistas do ISEC a contabilizar as faltas dos alunos às aulas? Faltar mais ou menos é assunto de Praxe? Presunção e estupidez, foram tomadas em doses excessivas por aquelas bandas.



Depois essa coisa de que as "troupes" (actualmente escreve-se "trupes") são representantes da Comissão de Praxe dá vontade de umas boas gargalhadas, tal a ignorância verificada.
Sobre trupes, aqui fica o que são AQUI.


E termina este fabuloso artigo, com a definição de Dux, onde se percebe que não possuem qualquer noção de que Dux é o nome atribuído ao líder, ao chefe que tutela o organismo de Praxe.




Uma vez mais, vemos essa parvoíce das categorizações dos caloiros, quando não existe nenhuma. É-se caloiro desde a hora da 1.ª matrícula no ensino superior até à queima desse ano lectivo que marca a sua emancipação definitiva.
Depois algo incompreensível: ser preciso participar em 50% das actividades da associação de estudantes para se poder praxar. O que têm as actividades da associação a ver com Praxe. Verifica-se a assiduidade nas AGA, nas festas na discoteca ou bar X? Mas anda tudo doido?
Isso é feito a meias com os órgãos associativos? 



- Errado, obviamente, que se diga que está sujeito à Praxe 24 horas por dia. Desde logo porque Praxe nada tem a ver com "praxes" (o nome correcto é, até, "gozo ao caloiro"). 


- Isso de ter de estar de olhos fechados é ideia tão disparatada e sem fundamento algum que fico convencido que de olhos e cérebro fechado estava quem escreveu essa treta.



- Depois uma infracção muito grave, ao proibir permanência num local de estudo, que nada tem a ver com Praxe, a um aluno por ser caloiro. Isso é coação e dá direito a denúncia na reitoria e na polícia. Se há coisa que a Praxe nunca se permitiu foi impedir os alunos de cumprirem a sua primordial função: estudarem e irem ás aulas, usufruindo das instalações da instituição. Querem vocês ver que agora este piralhos acham que mandam acima do reitor e do regulamento da instituição?



- Não pode o caloiro ser visto nas proximidades de determinado bar? Mas isso agora é praxe ou é só mesmo estupidez em acção?



- Cumprimentar com uma vénia? E que mais? Que presunção é essa de merecerem vénia dos caloiros? A ajuizar por este código, bem fariam os caloiros em  vos fazer um pirete, isso sim.

- Não pode trajar? Com base em que fundamento histórico defendem tal?
O CALOIRO PODE TRAJAR!! Ver AQUI.

E, já agora, essa dita "tuna", bem que podia ter perguntado a alguém de latim como se declina Tuna, porque Tunis é nome de cidade que nada tem a ver com tunas.






Ora quem são so graduados? Usam divisas nos ombros e são como na tropa?
São graduados nos estudos. É que se são, não podem estar em Praxe, porque a obtenção de grau implica automaticamente a cessação do estauto de praxista. 
Em que ficamos? Julgo que o(s) autor(es) deste documento exageraram em graduação, e não foi intelectual.
Quanto a só poderem exercer praxe depois de baptizados, nem vale a pena comentar. Uma vez mais um mito sem nexo.



Aqui temos pano para mangas e para nos indignarmos. Escolhemos 13 aspectos a considerar:


1.º - Não deve obediência cega coisa nenhuma. Determinar tal obrigatoriedade é coagir, e coagir é crime;

2.º - Ninguém é obrigado a acatar seja que ordem for e muito menos a sorrir ou com qualquer gratidão., especialmente perante quem aplica este código e demonstra total falta de senso, espírito crítico e inteligência;

3.º - Se o ISEC é um templo de sabedoria, então não se entende como admitiram os autores deste documento e os que o aplicam e seguem. Há claramente aqui um contra-senso. Seja como for, ninguém é obrigado a venerar edifícios e muito menos a por-se de 4 e tocar com a teste no chão por nele estar/entrar. É estúpido, simplesmente;

4.º - Quanto ao "empinar", concedendo que há aqui uma gralha qualquer, abstenho-me de comentar;


5.º - Depois essa de ter de dar lugar a todos os colegas mais velhos numa fila qualquer de almoço ou de bar, é simplesmente parvoíce e falta de civismo e respeito. Isso não é Praxe, mas autoritarismo gratuito;


6.º - Depois essa pérola pidesca de não permitir aglomerados de 3 ou mais caloiros é tão nojento, tão ofensivo e tão estúpido que acreditem que, depois desta análise, será endereçada uma denúncia ao reitor desta instituição. Transformar a Praxe numa PIDE e num Estado Novo, reabilitando o que de pior tal teve, não é apenas de garotos burros e ignorantes que nem percebem o que foi a PIDE e 40 anos de ditadura, mas igualmente de gente sem senso, sem escrúpulos, sem nível e que tem o cérebro directamente ligado aos intestinos. Inadmissível;

7.º - Isso de não ser permitido pensar, opinar, etc. como regra para os caloiros não faz naturalmente sentido. Que os promotores deste "código" não pensem ou queiram pensar é uma coisa, mas obrigarem os outros a seguir-lhe o exemplo.................. é de todo contrário a ser-se estudante, mormente estudante universitário;


8.º - As referências à roupa interior são abjectas. Como se, porventura, fosse lícito legislar sobr eo assunto ou a Praxe permitisse qualquer revista para verificar;

9.º - As referências de cariz sexual ou limitação das liberdades enunciadas quanto ao que pode ou não olhar o caloiro até podia ser levada na brincadeira, mas num código são ofensivas e estúpidas;


10.º - Quanto a não poder o caloiro olhar nos olhos do doutor, é de tamanha falta de senso que nem vale a pena explicar a essa gentalha que olhar nos olhos é próprio de gente educada e civilizada. Neste caso, contudo, até acho que se poderá abrir uma excepção, porque olhar para os olhos de quem segue este código é capaz de ser traumatizante;

11.º - E mais um caso de coação e usura, legalmente punidos pela lei. A isso chama-se roubar e roubar é crime. Desde quando o caloiro é obrigado a dar seja o que for ao doutor?Então agora o caloiro para fumar tem de dar o seu maço de tabaco ao doutor? E se gastar 50 cêntimos entrega a carteira ao doutor? mas esta gente é parva ou só mesmo desnaturada?


12.º - E não pode o caloiro livremente beber o que bem quiser? estamos outra vez a fazer a apologia da coação, cerceando as liberdades e garantias das pessoas? sabem que isso é crime?

13.º - E acaba com "chave de ouro": "O Caloiro não pode "pinar". Mesmo concedendo o tom jocoso ou de brincadeira que quereriam imprimir à coisa, isto posto num código de praxe, num documento ainda por cima sob chancela da Associação de Estudantes é vergonhoso, nojento e inqualificável - algo que o reitor da instituição ficaria radiante em tomar conhecimento.



E vamos ao traje.

Não, meus caros, a batina do traje abotoa-se apenas em determinadas ocasiões formais, fora isso anda-se com ela abotoada ou desabotoada, conforme quisermos.


Não, meus caros, o último botão do colete é para estar abotoado. É para isso que ele serve. E deverá estar em situações formais, quando se exige estar trajado a rigor. Caso contrário, desabotoem à vontade.

Não, meus caros, os atacadores nem coisa nenhuma tem de ter nº ímpar. Aliás, nunc atal foi Prax eou Tradição. Sobre os número ímpares, leiam AQUI. Mais a mais, quem destina os modelos de sapatos, quanto a atacadores são as fábricas.
Não, meus caros, os finalistas não usam gravata de cor, mas laço. Sobre as "insígnias" de finalista, queiram ler AQUI.

Não, meus caros, a saia das meninas não tem de estar 3 dedos acima do joelho, mas sim cobrir o mesmo, o que é diferente, E quanto às meias (onde misturam ligas com meias, coitados), também não é bem assim. Sobre o tamanho da saia e cor das meias do traje feminino, queiram ler AQUI.

Não, meus caros, o relógio de pulso não é proibido, como nunca o foi. Queiram ler AQUI.

Não, meus caros, os brincos não têm de ser bolas. Onde foram buscar essa? Querem-se brincos pequenos, apenas isso. Queiram ao menos espreita ro código de Praxe da UC de 1957, o primeiro a definir este tipo de coisas.

Não, meus caros, os óculos de sol não são proibidos. Usam-se aliás há muito tempo com traje. O que não é da etiqueta é estar com eles postos em lugares fechados, cobertos e, consequentemente, sem sol que os justifique.

Não, meus caros, o gorro é permitido a qualquer estudante. Sobre o gorro académico (gorro da praxe) leiam AQUI.

Não, meus caros, nada existe na tradição que proíba o uso de unhas pintadas ou de maquilhagem. recomenda-se apenas que seja discreto o uso, nada mais.




Erro crasso, esse, de afirmar e determinar que o caloiro não pode trajar. Pode, secundum praxis, desde o momento em que se matricula na Universidade. Voltamos a indicar leitura AQUI.
Qualquer traje negado a um caloiro ou a qualquer estudante em razão da não participação em praxes (gozo ao caloiro) é um traje não-académico (ler AQUI).

Com que então, só se pode traçar a capa quando se chega a finalista? E isos tem por base que fundamento ou tradição? Já li muita parvoíce, mas esta é digna de alguém que ultrapassa em estupidez tudo quanto conheci até hoje.
E, já agora, para adiantar a questão da capa e suas formas de traçar, queiram ler AQUI.

Depois alguém nos explique o que isso de "faixa de finalista". Andam com faixas tipo "Miss Universo"? E que tal uma faixa que seja usada por quem promove este código a dizer "sou incompetente e ignorante"?
Insígnias de finalista são a pasta da praxe e suas 8 fitas.

Com que então o aluno não se pode afastar da sua capa mais que X distância? Onde foram buscar essa? Como justificam essa palermice?
Andam de fita métrica a medir ou dono e capa têm um dispositivo electrónico que apita se for ultrapassada a dita distância? E se o fizer, leva um choque eléctrico, é praxado, é-lhe confiscada a capa? Digam-me lá que porcarias de sanções previram para tal "infracção". Haja pachorra para tanta falta de senso e tanta mediocridade intelectual.

Depois vêm os emblemas na capa.
Ora digam-me lá, a que propósito o emblema da terra do pai e da mãe? Há justificação plausível?
Mas pior: que é isso do emblema "da sorte", dos emblemas "diversos", dos emblemas "mascotes" ou mesmo do emblema "finalista"??????
E que tal arranjarem um emblema a dizerem que são verdadeiramente néscios e anti-Praxe? Penso que esse todos concordariam em aceitar como excepção, especialmente para vós.
Não, meus caros, o que dizeis não tem pingo de fundamento, antes de verborreia inventiva.
Se querem saber qual a tradição dos emblemas, sua história e lógica, leiam AQUI.

Quanto a pins, estamos igualmente conversados.
Não, não tem de ser em número ímpar (já facultámos link sobre a explicação do nº ímpar, mas caso vos tenha passado em claro, AQUI está ele.
E quanto à correcta colocação dos pins e os que são próprios da Tradição, leiam AQUI.

Quanto a insígnias, lamentavelmente ou pouco que sobre elas referem (nem dizem quais nem quando se usam (e ainda bem - evitamos mais disparates).
As insígnias são o grelo (que s eus ana pasta) e as fitas (que também se usam na pasta). Nenhum insígnia, seja ela pessoal ou da praxe (estranhamente nada referem no vosso "código" sobre tal), vai para a capa.

E quanto às "madeirinhas", certamente que não são própria sou permitidas. Afinal quem manda na Praxe também já são as lojas de comércio?
Sobre as madeirinhas e a má influência das lojas, ler AQUI:



Quanto a insígnias de praxe, leiam AQUI.




E termina esta rápida análise com esta "pérola".
Como é possível conceber tal quadro? Eu até conceberia, se fosse para consta ro nome dos autores deste código e os que o aplicam e seguem.
Estamos quase perante listas judaicas que os nazis elaboravam.
Exclusão de actividades académicas? Com que direito, se nem são sequer Praxe? E fazem como: utilizam a coação e violência física?
Punições que passam pro serviços académicos? Mas quem pensou nisso ficou traumatizado porque teve de cumprir serviços cívicos para não ir parar à cadeia?
E a Associação de Estudantes pactua com tal?
Mas que raio de associação é essa?

Como é possível conceber que uma associação de estudantes, que existe para representar e defender os interesses de todos os estudante da instituição, sem acepção de pessoas, embarca depois nestas normas fascistas que ostracizam e discriminam os alunos?
Está a reitoria a par dessa ilegalidade?

CONCLUSÃO




Muito provavelmente o documento mais escabroso que me passou pelas mãos, digno de fascizóides disfarçados de praxistas.
Um pseudo-código de praxe que de Praxe nada tem, omitindo, até, muitíssimos aspectos sobre Praxe, sendo um documento quase exclusivamente virado para a relação entre doutores e caloiros, reduzindo assim Praxe a mero gozo ao caloiro e mostrando uma visão pequena e afunilada de Praxe.

Mas tem este documento uma coisa "boa": só tem 30 artigos, poupando-nos a mais disparates e a mais comprimidos para o enjoo.

Os alunos do ISEC de Lisboa que ponderem, e percebam que estão literalmente a ser enganados e a seguir regras e conceitos que não são Praxe, mas invenção que a desrespeita totalmente.
Não é um código de praxe, mas um "tóxico de praxe" a destilar veneno e engano.

Não foram poupados diversos adjectivos, mesmo assim com a tal (im)possível tentativa de não nos exacerbarmos, mas perante a gravidade do conteúdo, são porventura não apenas justificadíssimos, como até contidos.

É preciso saber e conhecer, e tal só com algum esforço intelectual e espírito crítico, próprios de universitários, cujo o saber deve assentar na prova factual e documentada, no método científico e não dando ouvidos a o boato, e a doutrinas que carecem de qualquer justificação.



Nota: seguiu hoje mesmo denúncia ao Reitor do ISEC, a dar conhecimento de alguns artigos deste "código".


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Após ter sido enviado mail ao presidente do ISEC de Lisboa, eis a resposta obtida: