quarta-feira, 24 de abril de 2013

Notas às Orais de Prache; Praxe, WTF?

 


Depois de aqui termos abordado e explicado que só se é caloiro uma vez, e que não há o mínimo fundamento para andarem por aí a “reconhecer matrículas” [a Praxe não tem essa competência; apenas e só as instituições de ensino], vamos agora fazer um breve comentário a algo que, de tão absurdo (não encontramos adjectivo mais brando), merece que nos questionemos sobre se merece tempo de antena neste blogue...
Aparentemente, surgiu mais uma moda [a Praxe parece, actualmente, uma sucessão de modas estapafúrdias e sem nexo]: as “ORAIS NA PRAXE”.

Muitos leitores terão acabado de ficar de boca aberta e queixo descaído, tal como nós, naquela espécie de gargalhada congelada, própria do sentimento de perplexidade/incredulidade [e que os norte-americanos tão expressivamente transmitem através da sugestiva expressão “What the fuck...?”], quando nos deparámos com essa “modalidade” avaliativa em Praxe...
Parece que, em algumas instituições, os organismos de prache e certos pracheiros (com “Ch” para não sujar o nome Praxe, com X), tiveram a “originalidade” de fazer exames orais, para aferir se os caloiros estavam em condições de subir na hierarquia - esquecendo esses ignaros [não encontrámos nome mais brando...] que a passagem entre graus hierárquicos em Praxe é automática, não sendo necessário prestar quaisquer provas, apresentar passaportes, constar de listas de chamadas ou folhas de presenças em “actividades de prache”.
Recordávamso AQUI um texto que publicámos, precisamente a parodiar aqueles pracheiros que, embora nada saibam de coisa nenhuma, julgam, do alto do seu autismo, que sabedoria é proporcional ao seu nº de matrículas ou hierarquia praxística.

Se ainda fosse só a caloiros... seria menos absurdo. No entanto, começam a chegar notícias de que a prática está a estender-se a todos os graus hierárquicos...
A praxe não é uma espécie de recruta da tropa. Não é preciso ser praxado para estar em Praxe. Mas por mais que se diga e explique, há sempre quem prefira viver nos delírios da própria ignorância.
Se há “orais”, deverá haver matérias, currículo, conteúdos e aulas...
Perguntamos nós, então, o seguinte:
  1. Que aulas e matérias específicas foram leccionadas aos caloiros, para serem avaliados?
  2. O que consta do programa curricular?
  3. Quem deu essas “formações/informações” e que formação tem quem “ensinou” a dita Praxe?
  4. Existem sebentas ou o saber confina-se a decorar o código de “prache” local?
  5. Que tipos de questões constam dessa prova oral e quais os critérios de avaliação/correcção?
  6. Quem “chumbar” na oral fica retido no grau de caloiro?
  7. (esta pergunta surgirá no final...)

Parece anedota, mas a verdade é que, em algumas casas, há gente que se presta a esse exercício ridículo, onde rotos questionam esfarrapados, onde o burro velho quer aferir se (e até que ponto) conseguiu ensinar o caloiro a ornear. Quer-nos mais parecer que deve ser uma coisa assim a modos de câmara de eco (os burros perguntam, os asnos praxam e os jumentos aplaudem) ....

É que, mediante o que apurámos, esse tipo de “brincadeira” não serve para mais do que hierarquizar a ignorância, o que não apenas é ridículo, como, em Praxe, não tem nenhuma razão de ser.
Em prache, terá. Em Praxe,não.

E eis então a pergunta final – a million-dollar question:
Os que vêm agora propor as “orais” foram eles próprios sujeitos a exame oral?...

Orais em Praxe?... Esta vai directa para os anais! E a sangue-frio.
Santa Paciência, ora pro nobis!

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