terça-feira, 25 de abril de 2017

Notas a trapos velhos na Praxe - pseudo Veteranos "ad aeternum"


Dux com 20 matrículas, personagens trintonas, quarentonas e sexagenários autênticos ainda à frente dos destinos dos organismos de Praxe ou com assento nos mesmos é algo parece corrente na actualidade (e de há vários anos a esta parte) que nos deveria, a todos, revoltar.
Não existe, na história da Praxe e dos organismos de praxe, qualquer registo de veteranos ou líderes com números tão avultados de matrículas como os que se registam desde os anos 90 em diante.
Se, num passado já distante (que ainda hoje parece surtir influência) se criticavam os alunos bons, chamando-lhes, na gíria estudantil de "ursos", tal não significava que fosse próprio e bem visto um aluno arrastar-se anos e anos sem fim para tirar um curso.
Por que razão andam esses senhores na Universidade a parasitar, literalmente, uma vivência que é exclusiva e própria de jovens estudantes a sério?
Não estamos aqui a condenar quem chumbou meia dúzia de anos, mas há limites. E há limites especialmente quando se trata de pessoas que já nem estudam de facto, porque trabalham, mas cujo o único acto oficial que operam na instituição de ensino é matricular-se.
A cultura estudantil tem uma idade própria para ser vivida, porque tudo tem um tempo.


RUGAS DE JUVENTUDE OU MIRRADOS PELA SECURA INTELECTUAL?

Nada mais ridículo que um velho (em praxe, um jovem com mais de 30 anos é certamente um "velho)  ter comportamentos infantis ou ainda andar a brincar aos jovens, quando isso implica, necessariamente, que esteja a tirar e ocupar o lugar e uma experiência de vida a quem é jovem, a quem é moço. Falo, naturalmente, dos estudantes de faz de conta.
Se for com o pretexto que os jovens não saberão governar-se e tratar bem das coisas que herdaram, estamos perante um paradoxo e uma incoerência, e uma enorme presunção, pois esses velhos que se arrastam na Praxe foram também jovens e vieram tomar o lugar dos que, entretanto, passaram a idade e terminaram a sua frequência normal.

Se for por "amor à camisola", apenas expressam que são pessoas claramente desequilibradas que, apesar da idade, ainda não cresceram nem maturaram. Não poucas vezes, contudo, a isso se alia igualmente uma outra falha psíquica que é a do ego e da necessidade de terem um qualquer cargo ou poleiro para se sentirem alguém. Para todos os efeitos, estamos a falar em falta de maturidade e de dois dedos de testa.

Veteranos "Ad Aeternum" não existem, nem são Praxe, são, isso sim, pessoa ad aeternum caloiros de espírito.

Pessoas que inventam matrículas e subterfúgios para se manterem matriculados só para "inglês ver", não sendo, de facto, estudantes (condição que designa aquele que estuda e frequenta as aulas), não passam de parasitas que vivem para tronos e enchem a Tradição de pestilenta gangrena.

A Praxe tem sofrido, e muito, com esta falta de renovação geracional e o fosso enorme que se cava entre figuras de cabelos brancos e jovens estudantes que podiam ser seus filhos e, até, em alguns casos, seus netos.
Também é facto que essa falta de renovação, promovida por pessoas que se eternizam nos organismos, quase sempre às custas de matrículas fantasma (muitos já trabalham, mas mantém a inscrição para poderem continuar "em jogo"; e outros nem isso) ou de invenções legislativas, feitas por encomenda (legislando em causa própria), na criação de conceitos veterânicos que dão assento e poder a antigos alunos numa cultura que só devia permitir alunos, de facto.
Nada menos prestigiante do que ter como referência, até na Praxe, supostos alunos (muitos deles de "faz de conta") que são um hino à incompetência e à burrice, incapazes de sequer concluir um curso, mesmo após 2 ou mais décadas a cursar a universidade. Vergonhoso (aliás, note-se que, em Braga, o líder da Praxe foi, há uns anos, retirado do protocolo académico, precisamente por o reitor julgar inapropriado que uma figura académica, como um Dux, "Papa", neste caso - e nem o nome sequer ajuda, fosse exemplo pela sua falta de estudo e por chumbar anos a fio).
E se ainda essas pessoas, pelo menos fossem competentes em assuntos de Praxe e Tradição Académica, mas não: mostram-se tão ineptos e tapados nestas matérias como incapazes de concluir uma qualquer licenciatura.
Em bom português, estamos perante nada menos que parasitas e inúteis.

Um trintão ou quarentão (e até os há com mais de 60) a fazer parte de um organismo de Praxe não apenas é contranatura, mas é passar um atestado de menoridade, desconfiança e incompetência a todas as gerações de estudantes que por eles passam, sem lhes dar possibilidade de exercerem plenamente a sua cidadania académica, vetados que ficam a meros cordeiros que ordeiramente servem para passar lustro ao ego dos "veteranos", serem como que um contingente obediente ao serviço do comodismo desses senis dinossáurios.
Mas mais: este actual estado de coisas tem sido igualmente acompanhado de uma verdadeira letargia, num "deixa andar" de pessoas incapazes de se renovar, também não renovam a Praxe, antes a mantendo refém dos seus caprichos, não apresentando nenhum progresso e intervenção para melhorar seja o que seja, desde logo os códigos pelos quais (des)governam e criam situações, no limite, anti-Praxe.
Não fazem nem deixam fazer, portanto.
Não defendem a Praxe, porque continuam a mantê-la com os mesmos erros em que eles próprios foram induzidos ou criaram.  
Vivem num regime autocrático e ditatorial e, na maioria das vezes, destilando incompetência total e absoluta ao permitirem quer a permanência de erros quer invenções absurdas, para contentarem o povo e garantir os seus poleiros e regalias.


MUDANÇA DE PARADIGMA



Se, tradicionalmente, e desde o código da UC de 1957, o Dux apenas cessa funções quando conclui o curso, tal se devia a algo muito simples: os Dux pouco tempo ficavam no exercício de funções, pois entretanto formavam-se.

Não se entende que, com os actuais exemplos de velhos sentados no poleiro quais galinhas chocas, numa época de democracia, ainda se permita este tipo de regime absoluto, em jeito de monarquia de segunda.

Há muito que os códigos, também nesse ponto, deveriam ter sido revistos, limitando os mandatos de um Dux e dos elementos de um organismo de Praxe, pois as pessoas devem estar ao serviço e não as funções ao serviço das suas conveniências.

Ninguém é insubstituível, nomeadamente na Praxe e ninguém faz falta se nem sequer permite que essa falta se faça sentir.

Já não é aceitável, no actual quadro social e evolucional, que continuem no cargo pessoas que mostram não apenas falta de senso e de decência, mas enorme falta de sentido de oportunidade. A Praxe sempre foi acompanhando as normas de civilidade de cada época. A actual configuração e enquadramento das funções de Dux e papel do organismo de praxe, acaba por contrastar dolosamente com tal.

"CADA QUAL NO SEU LUGAR, NUNCA MAL SE HÁ-DE ACHAR".


O papel dos antigos estudantes mais envolvidos no seu tempo, dos antigos líderes, dos que sentiram e viveram intensamente a academia, deveria ser aquele que também nós aqui nos prestamos fazer: aconselhar, fazer reparo, com base em algo mais do que mera experiência.
Se concedemos que, enquanto estudantes, os praxistas estão pouco vocacionados para estudarem e investigarem as suas tradições, sendo por isso suficientemente críticos e conhecedores para distinguirem as coisas, quão precioso seria para a Praxe e organismos de Praxe que os seus antigos protagonistas o fossem a municiar os mais jovens com o seu trabalho de procura de fundamentos e (re)descoberta das tradições genuínas.
Aliás, só assim, e com o devido distanciamento e isenção é que é possível fazer a autocrítica e análise, de modo a poder, com propriedade, dizer aos mais novos: "Não vão por aí que nós fomos e fomos mal".
 
Claro está que isso só é possível a que exige de si algum rigor e excelência intelectual e moral e tem idoneidade para tal.
Na verdade, a boa parte desses indivíduos diríamos que o melhor era mesmo ofuscarem-se e remeterem-se a um silêncio definitivo.
É preciso dar oportunidade aos jovens de também fazerem caminho, de errarem e aprenderem com os erros. Isso é o curso normal da vida. Ver eternizadas velhas figuras que continuam a errar como se nada tivessem aprendido é que releva de uma escatológica incoerência.


ACORDAI!

Mas enquanto os estudantes aceitarem esta situação, apenas podemos dizer que têm o que merecem, já que se acham bem representados e governados assim.
Quando os estudantes disserem "basta" e exigirem serem governados interpares,  ignorando estes organismos que mais parecem lares estalinistas de terceira idade, então sim será possível dar à Praxe a oportunidade de se renovar nela própria, de se (re)descobrir e de se libertar das correntes que a prendem aos conceitos, muitas vezes, distorcidos implementados ad hoc por esses senhores
Quando tal suceder, certamente que os estudantes não deixarão de procurar aviso e ajuda dos mais velhos para o devido conselho e esclarecimento, pois é esse o papel dos mais velhos: partilhar o seu conhecimento e experiência e não viver a vida dos mais jovens, como se eles não fossem capazes de o fazer.
Necessariamente, a mudança geracional implica sempre o risco do erro, pois a juventude é menos ponderada, contudo faz parte do processo de crescimento e maturação (errar, aprender com os erros...), sempre foi assim, e certamente que os erros próprios da juventude não poderão ser mais graves que os actuais erros resultantes da falta de senso que esses senhores mais velhos demonstram e operam.
Todos fomos jovens, saibamos agora ser adultos.

Notas ao Centenário da Sebenta, 1899


CENTENÁRIO DA SEBENTA

COIMBRA, 1899


Muito se tem falado do centenário da Sebenta e de supostamente ser a inspiração da Queima das Fitas, coisa que é falso.

 Para explicarmos sucintamente o que foi, com toda a reverência citamos ipsis verbis o que sobre isso disse, melhor que ninguém, António M. Nunes no seu blogue Virtual Memories, juntando-lhe diversas imagens e artigos resultantes da nossa investigação:

Centenário da Sebenta, Bilhete Postal Ilustrado, 1899

 
"O que foi: festa burlesca concebida e realizada por um grupo de estudantes das faculdades de Direito e Teologia da Universidade de Coimbra no mês de abril de 1899. O programa foi pensado como uma crítica parodial aos centenários cívicos que vinham a ser realizados em Lisboa e no Porto desde 1880. O tema das festividades foi a sebenta, folha litografada com os textos das lições teóricas dadas pelos lentes da Faculdade de Direito, intrumento de ensino então considerado aberração pedagógica, sinónimo de obscurantismo e dogmatismo.

 
 
Centenário da Sebenta - Revista Brasil Portugal, Anno I, n.º 8 de 16 de Maio de 1899, pp. 12-13
 
 
 
Data de realização: 28, 29 e 30 de abril de 1899

 
Comissão central: Alexandre de Albuquerque, Veridiano Gonçalves, Alberto Costa, João Eloy, D. Vicente da Câmara (Filho), Luís José da Mota (tesoureiro)
Presidente da Comissão central: Alexandre de Albuquerque
Papel desempenhado pelo Conselho de Veteranos: escreveu e publicou a Carta de Alforria dos caloiros [apenas e só no âmbito dos três dias de festas. A emancipação dos caloiros só ocorreu a 24.5.1899 por alturas da Festa das Latas e Queima das Fitas]
Souvenirs e material kitsh: cartaz promocional, pelo estudante Álvaro Viana de Lemos; selos miniatura; medalhinhas; bilhetes postais, pratos cerâmicos para o banquete; relíquias (mocho de Minerva); registos "devocionais" para os chapéus dos romeiros

 
 Diário Illustrado, 28.º Anno, N.º 9354, de 29 de Março de 1899, p.2

Programa oficial:

 
Programa do Sarau Comemorativo do Centenário da Sebenta, 29 de Abril de 1899
(Acervo de J.Pierre Silva, publicado sob autorização expressa para o N&M)

 
 
 
6.ª feira, 28 de abril de 1899

 manhã: abertura oficial com a proclamação da Carta Régia de D. Dinis (paródia ao bando e pregão usual nas festas portuguesas e espanholas)
17.00h: receção oficial aos grupos de romeiros chegados ao largo da Portagem acompanhados de grupos de gaiteiros (grupos de estudantes mascarados e travestidos)
20.00h: alvorada musical.

 
Sábado, 29 de abril de 1899

 
10.30h: cerimónia de mudança dos nomes das ruas da Alta
11.00h: visita às tascas da Alta, casas de prego (=penhores) e sebentarias (tipografias que imprimiam sebentas)
12.00h: Banquete aos delegados das "câmaras municipais" no largo da Feira
13.00h: inauguração do busto de Alois Senefelder, inventor da litografia (busto de sebo, colocado sobre um plinto de madeira no largo Marquês de Pombal)
16.00h: condecoração de Maria Marrafa, distribuidora de sebentas pelas portas, e do sebenteiro Manuel das Barbas
17.00h: "Revista naval" (parada fluvial no Mondego com 30 embarcações)
20.30h: Sarau de gala no teatro circo (Avenida)

 
Domingo, 30 de abril de 1899

 
10.00h: Sessão solene no teatro circo presidida pelo conde de Burnay (banqueiro muito caricaturado por Bordalo Pinheiro. Número anulado)
14.00h: Cortejo de viaturas alegóricas decoradas pelos principais caricaturistas da época, Manuel Bordalo Pinheiro, Celso Hermínio, Jorge Cid, Jorge Colaço. Integrou carros do Liceu de Coimbra e da Escola de Agricultura
16:00h: inaguração do monumento à Sebenta
20.00h: baile no restaurante José Guilherme, serenata pelo Orfeon, arraial com danças e iluminações

 
 
Centenário da Sebenta, 1899
(Acervo de J.Pierre Silva, publicado sob autorização expressa para o N&M)
 
 
O Centenário da Sebenta substituiu a Queima das Fitas? Não. O Centenário foi uma festa organizada antes do fim do ano escolar, em abril, e contou com a participação de estudantes de várias faculdades.

As festas de encerramento do ano escolar tinham lugar em finais de maio/inícios de junho, eram organizadas pelos quartanistas, tiveram lugar nesse mesmo ano e continuaram nos anos seguintes.

Que festejos académicos de fim do ano ocorreram em 1899?

Realizaram-se as tradicionais latadas, cortejo-charivari muito antigo, que ficou conhecido por Festa do Ponto, Festa das Latas, Arruaça das Latas. Foram impressos pelos menos dois cartazes em verso em finais de maio de 1899: "O programma das latadas", sem data, claramente da 3.ª semana de maio; o "Programma das latadas, extraordinário, pyramidal, estupendo, massante e solidificante programma das latadas decretado no dia 24 de maio de 1899 por ordem da mui nobre, ínclita e tradicional Dona Praxe", que custava 20 réis.

 
Colecção de postais editados para o Centenário da Sebenta, 1899

E realizaram-se, com enorme probabilidade, os números da Queima da Fitas dos quartanistas grelados de Direito e de Teologia, já então considerados tradicionais, o cortejo, a garraiada, a queima das fitas, o enterro das cinzas, a mijaria à Porta Férrea e a emancipação dos caloiros. Escrevo probabilidade porque seria necessário aprofundar o assunto nos jornais da época.


Capa de prospecto de quatro folhas impressas, contendo o programa
do Centenário da Sebenta . (Acervo de João Baeta)




O Centenário da Sebenta é a origem da Queima das Fitas? Não. A Queima das Fitas, enquanto festa dos quartanistas de Direito e de Teologia, já existia em 1899.

 
VIEIRA, Afonso Lopes – AUTO DA SEBENTA. Typ. França Amado, Coimbra, 1899.
 
 
 Ainda assim, alguns dos números do programa do Centenário da Sebenta vieram a ser incorporados na Queima das Fitas? Sim, mas apenas em parte, e não com a importância que se lhe tem querido atribuir. A estrutura da Queima das Fitas contemporânea, por contraposição às festas académicas arcaicas, é a mesma que se praticava nos programas oficiais da casa real por ocasião dos recebimentos de visitantes, esponsais, casamentos, aclamações e batizados."[1]


Publicamos mais alguns documentos que evocam, posteriormente, o Centenário da Sebenta:


Relembrando o Centenário da Sebenta, 1902


30º aniversário do  Centenário da Sebenta - Bilhete Postal, 1929


Revista Rua Larga, Edição comemorativa dos 60 anos do Centenário da Sebenta, de 30 de Abril de 1959
Medalha da Queima das Fitas de 1999, evocando os 100 anos passados sobre o Centenário da Sebenta.





[1] NUNES, António Manuel - [em linha] Blogue Virtual Memories em artigo de 20 de Agosto de 2012.

Notas aos 60 anos do Código da praxe da UC


Será este próximo semana que o CV da UC leva a cabo um conjunto de palestras tendo por pano de fundo os 60 anos de código da Praxe.
 
 
 

Foi o N&M convidado a estar representado, contudo, não foi possível atender a esse convite por, logo na altura, se ter verificado incompatibilidade de agenda.
Aproveita-se, aqui, desde já, para agradecer  ao CV o convite que nos foi dirigido para participar.





Deseja-se que os painéis possam ser ricos e diversificados de protagonistas e de temas tratados, fugindo aos lugares comuns de sempre, que aqui temos vindo a denunciar há muitos anos, primando, ao invés, pelo conhecimento edificado pela investigação, pela reflexão crítica enraizada no conhecimento credível, e por uma visão equidistante do fenómeno da Praxe, das praxes e das demais tradições estudantis.

A seu tempo, tomaremos a liberdade de fazer uma análise ao código de 57, um documento tão cheio de historicidade como de erros históricos crassos e dolosos, analisando igualmente a sua mais recente versão, lançada este ano.

Até lá, fazemos votos que esta iniciativa tenha o sucesso que todos, certamente, desejamos que obtenha.

Notas aos burlões da Praxe (Comissão de Praxe da ESDRM)

Quando uma pessoa anda a anunciar gato por lebre, dizemos que é um burlão.

É o caso daquilo que é anunciado como sendo correcto e, contudo, não passa de uma sucessão de falsidades, erros, mentiras, "vendidos" como se de produto credível se tratasse, por parte de quem, nesta altura do campeonato, só propaga heresias porque quer ou por uma genética incompetência.

Até o Calcitrin nos parece infinitamente mais sério do que aquilo que a dita "Comissão de Praxe" da ESDRM (Escola Superior de Desporto de Rio Maior) apregoa.

Supremos, a haver, são os erros elencados e publicitados no FB da dita comissão.

 

Não iremos aqui rebater cada um dos itens que fazem parte das pseudo "Reg(r)as da Capa", porque já aqui se explicou o porquê desses erros (é dar uma espreitadela na coluna do lado esquerdo, onde está uma lista de artigos disponíveis, por ordem alfabética).

Apenas dizer que, analisados todos aqueles pontos, não há nem um que não contenha mentiras e atentados à Praxe e à Tradição Académica (e já se imagina, pela amostra, o que mais andarão a inventar no resto).

Abaixo fica a imagem para ilustrar o que acabámos de dizer.

A discussão, essa, segue no grupo de FB "Tradições Académicas e Praxe".
 
CLICAR NA IMAGEM PARA AUMENTAR VISUALIZAÇÃO
 
 
 
 
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Notas de Imprensa à Queima das Fitas da UC, 1926


A Queima das Fitas de 1926, num artigo publicado num periódico destinado à comunidade portuguesa radicada em New Bedford (EUA).


A Alvorada. New Bedford (EUA), de 13 de Agosto de 1926, p.5

Notas ao Código de Praxe e Traje da ES de Enfermagem de Lisboa


Desta feita, e a pedido de um elemento local, analisamos 2 documentos provindos do organismo praxístico da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa: código da praxe e regulamento do traje.
 
O código pode ser consultado AQUI e o regulamento do traje AQUI.
Começamos este introito por dizer que, desde logo, não se entende por que razão não está tudo condensado num só documento, dado que um Código da Praxe é suposto integrar as determinações respeitantes ao traje.
 A simples leitura de ambos os documentos é um exercício de tortura, dada a mediocridade do conteúdo. Poderemos, aliás, avançar que a quase totalidade do conteúdo dos artigos está pejado de erros, de mitos e falsidades.
Triste ver o que alunos do Ensino Superior produzem, fazendo prova de uma enorme incompetência, falta de conhecimento e critério. Triste e preocupante, diga-se.
 A bem da sanidade intelectual e defesa da Tradição Académica, diríamos que ambos estes documentos são tóxicos e deveriam ser queimados. São uma afronta não apenas à Praxe, mas às próprias normas de civismo.
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Começamos, pois, por uma análise ao "código da praxe", que não faremos exaustiva, para poupar-nos a mais arritmias. Escolhemos apenas alguns casos mais crassos.





Como desde logo se percebe, a noção de Praxe está totalmente errada e este código é, afinal, um documento que só contempla gozo ao caloiro (praxe).
É, portanto, um código para praxes, mas não um Código de Praxe, digno desse nome.
 
 A definição de Praxe pode ser AQUI encontrada (convém ler).
 
 E como se percebe, nem as praxes, nem a Praxe tem por objectivo o que elenca o artigo 4.º, até porque pelo conteúdo (como iremos ver), fica demonstrado que tudo o que apregoam é treta.
Gostávamos bem que nos demonstrassem como raio é que a Praxe capacita o estudante para o novo percurso académico e tudo aquilo que prometem que faz. É idiotice a mais.




Uma vez mais a questão dos "anti-Praxe", numa noção totalmente errada, confundindo quem está contra as práticas de recepção aos caloiros (o gozo ao caloiro - as "praxes") com estar contra a Praxe. São coisas diferentes.
 
 Noção de anti-Praxe, leiam AQUI, por favor, a ver se "fiat lux".
 
 Depois pouco se entende na designação "não praxante". Inventam terminologias sem nexo e sem razão de ser. Adiante.
 Claro está que quem copia sem critério, acaba por fazer asneira. Lamentável em alunos que cursam estudos superiores. E vão dar canudo a esta gente!
O que vigora todo o ano (na verdade, nem isso) é a Praxe, as regras protocolares e de etiqueta respeitantes ao uso do traje. Tudo o resto vigora dentro de limites temporais.
As praxes ao caloiro são pertinentes no início do ano. Fora isso, é transformar em recruta a relação com caloiros; algo que não tem sentido nenhum.




Isto é o cúmulo. Praxar outros estudantes que não são caloiros? Mas onde é que foram buscar essa ideia?
Não, jamais a Tradição Académica contemplou tal. Uma coisa é a existência de punições (colheradas nos dedos) a doutores que cometem infracções, outra totalmente diferente é essa coisa sem sentido de praxar colegas que não são caloiros.
Contudo, abriríamos uma excepção: quem fez este código, o aprovou e o segue, merece claramente ser praxado.





Obviamente que qualquer pessoa questiona sobre que "determinados critérios". São os que dão na telha de algum iluminado, na hora?
Quando nem sequer sabem o que determina a hierarquia em Praxe, estamos conversados.
Mas nós explicamos: o que determina a hierarquia em Praxe é o ano frequentado.
Não são válidos graus académicos adquiridos noutras instituições? Que graus?
Desde quando um organismo de Praxe tem competência para reconhecer ou deixar de reconhecer tal?
Isso não é matéria de Praxe, mas dos serviços administrativos da instituição e do Ministério da tutela.
Poderiam falar em reconhecer graus hierárquicos, mas até aí continuava a ser assunto da instituição, pois que a hierarquia da Praxe decorre do ano frequentado e quem define isso não é a Praxe e muito menos os iluminados praxeiros autores destas normas.



NÃO!
Caloiro é a designação atribuída a qualquer aluno que frequenta o ensino superior pela primeira vez.
Não precisa de ritos, de baptismos e quejandos para ser considerado caloiro (e muito menos para ser aluno de plenos direitos).
E quem já foi caloiro numa instituição e, no ano seguinte, se transfere para outra jamais pode ser considerado caloiro. Só se é caloiro uma vez na vida.
 
 Explica-se tal AQUI. É questão de ler.
 
Padrinho/madrinha não é grau hierárquico nem categoria de Praxe.
 
 
Sobre apadrinhamento, leiam AQUI.
 
 
E muito menos precisa de ter traçado a capa para apadrinhar. Aliás, essa coisa de "Traçar a Capa" é um atentado à Tradição.
 
 Essa coisa a que chamam de "Traçar da Capa" é uma autêntica parvoíce. Ler AQUI, onde se explica porquê.
 
 E NÃO, não se praxam alunos abaixo na hierarquia, apenas caloiros. Vamos lá deixar essa obsessão ridícula.
 Mestre é grau de um aluno do 3.º ano? Mestre abaixo de Veterano? Mas algum dos idiotas que inventou este código parou ao menos um instante para perceber como se organizou a nomenclatura das hierarquias, no foro da Praxe e compreender que existe uma lógica associada?
 Enfermeiro é hierarquia da praxe? Mas está tudo doido?
Desde quando alguém formado tem direitos na Praxe ou pode praxar alunos?
A ligação à Praxe, poderes e hierarquia cessam quando o aluno obtiver grau académico que marca o final da sua formação regular na instituição.
Enfermeiro é nome de profissão e não grau académico. Não existe grau académico de enfermeiro e muito menos hierarquia de enfermeiro na Praxe.
Deixem-se de idiotices.
E mesmo que assim não fosse, jamais se praxam alunos só de capa.



Aqui entramos num campo macabro. Ler este 14.º artigo só com recurso a comprimidos para enjoo.
O código que, no seu artigo 4.º (sobre os Objectivos da Praxe) afirma que a Praxe serve para incutir o respeito pelos valores inerentes à profissão da enfermagem (competência, solidariedade, justiça, igualdade, verdade, liberdade e altruísmo) vem, depois, aqui, elencar um conjunto de condutas que são precisamente o oposto; vem apresentar um conjunto de itens que são verdadeiros atentados aos valores civilizacionais das sociedades democráticas, de pessoas de bem.
Que conclusões se tira sobre estes futuros enfermeiros que contemplam este tipo de tratamento a outrem, esse total desrespeito pela dignidade humana?
Nem mesmo a um animal se aceita tal tratamento, quanto mais a pessoas.
Vergonhoso isto constar de um código; e mais ainda: ser posto em prática.
Um caloiro tem direito a não ter direitos? Mesmo que por brincadeira, isso jamais deveria constar de um documento destes.
Verme é quem imaginou isto.




Não pode traçar a capa enquanto trajado? Mas isso é assente em que tradição académica, na da idiotice de quem redigiu este "código"?
Noviço, como hierarquia académica? Enfim........
O Caloiro e qualquer outro estudante tem direito a trajar sem quaisquer restrições. O traje é uniforme estudantil e não exclusivo de praxistas.

Sobre isso, ler AQUI, por favor.





Neste 15.º artigo, questionamos a noção de "actividades de Praxe", pois este código, como se pode ver, incide sobre praxes, mas depois integra assuntos que vão para lá disso. Um certo desnorte de quem redigiu isso ao sabor de ventos improvisados.

Traçar da Capa e Quintas-feiras negras são actividades de  Praxe ou de praxes?
"Semanas de Praxe" ou de praxes?
Se os trabalhos científicos dos inventores destes documentos seguirem esta lógica de organização de pensamento e assuntos, valha-nos São Gregório!


Por outro lado, tal como dissemos a abrir esta análise, não percebemos por que razão a regulamentação do traje e seu uso está num documento à parte. Não faz qualquer sentido, embora, em boa verdade, tudo isto que este 2 documentos hoje analisados contemplam, não faça nenhum (coerente, portanto, no non-sense).





Já cá faltavam as trupes!
Está bem visto que a noção que possuem de Trupe é superficial. Qualquer pessoa com o mínimo de ponderação procuraria, primeiro, informar-se criteriosamente sobre o que são, como funcionam, secundum praxis, e, depois, procurar entender se fazem algum sentido no meio, contexto e geografia a que se quer aplicar.
 
 Sobre Trupes, convidamos a ler AQUI.
 
 Posto isto, e ao olharmos o que se diz neste artigo, deparamo-nos com coisas verdadeiramente inauditas: o caloiro apanhado tem de colocar a cabeça entre os joelhos ou estar de olhos vendados?
Voltamos ao artigo 4.º onde elencam todos aqueles valores que, afinal, só servem para decoração, porque não passam de balelas.
Estamos perante algo que é inadmissível. Este tipo de humilhação....nem sequer nas trupes em Coimbra.
Deve o acto de praxe em trupe ser feito em local onde ninguém veja, para proteger a identidade do caloiro e tudo o que ali for feito mantido em segredo?
Chama-se a isso covardia, e a promoção de actos ilícitos.
O que aqui se lê é a todos os títulos reprovável. Tal como o ladrão prefere agir às escuras para ninguém o ver, também aqui se faz a mesma apologia; não para proteger o caloiro, mas, sim, os actos de quem não tem um pingo de decência em assumir o que faz.
Testar a personalidade de um caloiro é exactamente o quê? Tem como propósito o quê? Uma trupe serve para testar a personalidade de terceiros?
Isto é demasiado hediondo e ridículo para continuar a comentar esta perfeita estupidez.


 
Neste 18.º artigo, fica-nos a ideia de que alguém se pretende substituir às autoridades competentes sobre os direitos e liberdades, ao preverem sancionar quem consome bebidas alcoólicas ou outras.
Uma coisa é vedar o acesso a certas actividades onde tais comportamentos podem prejudicar o normal funcionamento das mesmas, mas outro é pretender, liminar e cegamente, punir esse tal consumo em esfera de matéria de Praxe.
Obviamente que questionamos a excepção do "Rally-Tascas", até porque tal actividade, além de lastimável contributo para a imagem estudantil, nem sequer é assunto de Praxe.
Mais caricato ainda é aquilo a que chamam de "protecção de sangue". Uma vez mais se evidencia a ignorância e incompetência de quem redigiu este código, ao desconhecer, por completo, de que trata originalmente tal protecção.
Mas nós explicamos: protecção de sangue é aquela que é conferida pelos familiares mais próximos (pais, irmãos, avós....) e não tem recurso, enquanto estiverem presentes. Portanto, isso de não ser válida em actividades "obrigatórias" (como se pudesse haver algo obrigatório nas praxes) é treta.




 
Este conjunto de artigos (do 23.º ao 25.º) é uma complicação escusada.
Conselho de Veteranos (ou Conselho de Praxe) é o órgão supremo que tutela a Praxe. Tal como em qualquer organização, o órgão máximo é convocado por quem o dirige. Há que não confundir Assembleia Geral com Direcção.
Conselho de Veteranos, Conselhos de Praxe em separado é mostra de que alguém não sabe, de facto, distinguir os âmbitos, funções e competências, pois dá-se o nome de  (Magno) Conselho de Praxe em substituição de (Magno) Conselho de Veteranos (usado em Coimbra e Porto, por exemplo), em virtude de não haver veteranos suficientes para garantir a existência de um organismo com esse nome (participando outros que não são veteranos).
 
 "Momento de Praxe"? Há tantos momentos que são de Praxe que definir isso como a reunião entre praxistas para debater assuntos é um rodilho de incoerência. Ao menos peguem num dicionário!
Uma vez mais, a noção de "anos de Praxe" (art.º 25.º) não se entende. O que manda é o ano que se frequenta. Um aluno do 3.º ano com 20 matrículas está abaixo de um aluno do 3.º ano com 3 matrículas.


 FIM DA 1.ª PARTE.




 
E analisamos, agora, o dito "Regulamento de Traje".

Um conjunto de normativos que, como já anteriormente salientámos, não faz sentido algum estar num documento à parte. Questões de traje são parte essencial de um Código de Praxe.
Mas lá está: quando não se sabe o que é Praxe, nem se sabe distinguir isso de praxes, o resto é uma sucessão de erros absurdos.
Este documento, de que analisamos apenas algumas partes (por questões de salubridade intelectual), decorre das mesmas causas que redundaram no acima referido "código de praxe": incompetência, ignorância, falta de critério e exigência intelectual, na busca fundamentada das coisas.
Rezamos para que os autores disto sejam menos incompetentes na sua futura profissão (ou então para nunca os apanharmos pela frente).


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Secundum Praxis, no traje não se usam colheres na gravata. Não têm significado algum, não são Praxe, não passam de carnavalização do traje. Mas voltaremos a sobre isso falar adiante, por razões bem mais graves, infelizmente.
 
 Sobre colheres na gravata, leiam AQUI!
 
 Não existe nenhuma lógica na tradição académica para impor números ímpares. Nunca foi tradição isso. Além do mais, quem define o n.º de botões e respectivas casas são as fábricas que confeccionam os trajes.
 
Sobre o mito dos números ímpares, leiam AQUI!
 
 Depois, entramos na esfera do ridículo. Não é competência da Praxe definir a roupa interior, sua cor ou formato. Era o que mais faltava.
Parece-nos que há gente que não tem noção dos limites do bom senso e daquilo que um código ou regulamento pode legislar. Haja pachorra!







Como irão reparar, não escapa um item. É uma sucessão de erros, de mentiras e invenções que, essas sim, são anti-Praxe, são anti-Tradição Académica. Conseguir tanto erro por centímetro quadrado é obra!

Nada há que justifique retirar etiquetas do traje. Isso é claramente absurdo.

 
Sobre etiquetas do traje, leiam AQUI, por favor!

 
Nada há na tradição académica que proíba o uso de maquilhagem ou pintar as unhas. Estava na hora de deixarem a preguiça do copy-paste e fazerem o esforço de procurarem informar-se e documentar-se sobre o que dizem.

 
Para transporte de materiais, com o uso do traje, utiliza-se a Pasta da Praxe. Já ouviram falar? Não, não é aquela estupidez de capinha estampada que alguns finalistas usam  com milhares de fitas pregadas, na Bênção das Pastas.


Sobre Pasta da Praxe (e fitas de finalistas), ler AQUI.


Os brincos são tradicionalmente de ouro, mas nada proíbe que sejam de outro material, conquanto sejam discretos. nenhuma imposição existe para que sejam pretos.
 
O último botão do casaco ou colete abotoa-se, quando se está em cerimónia solene e formal. Fora isso, não há nenhuma obrigatoriedade de apertar seja que botão for. Qual comprometido qual quê! Tenham juízo!

A casaca (vulgo "batina") não pode estar a mais de 7 passos do portador? Com base em que precedente histórico ou tradição?
Nada existe na tradição que determine tal. Portanto, mais uma mentira sem nexo imposta pela ignorância e incompetência.

O relógio de bolso, tal como o de pulso sempre foram permitidos. Nada na tradição restringe o seu uso ou proíbe um em detrimento do outro.

 
Sobre Relógios com Traje, leiam AQUI!

 
BATA? Estamos a ler bem?
Traje académico é um uniforme corporativo. O seu uso é imperativo para se estar na Praxe. Em caso algum pode ser substituído ou equiparado a uma mera bata. Isso é desconsiderar e desrespeitar a nossa tradição e o significado do traje académico.
Não se exerce praxe de bata. Só de traje!
Bata nem sequer identifica em exclusivo uma profissão. Santa Burrice!

É neste momento que puxamos do chavão "Dura Praxis Sed Praxis".
Haja coerência!



Mais um par de mitos e invenções que estudantes acríticos, intelectualmente apáticos, seguem sem questionar.

Mas se muito criticamos essa passividade, mais ainda para com quem inventa isso e enche códigos com essas tretas. Para com esses, os autores, temos menos complacência. "Quem não tem competência não se estabelece". Nada mais paradoxal do que admitir que pessoas claramente incompetentes e ignorantes, em matéria de Praxe e Tradições Académicas, façam parte de um organismo que tutela a Praxe; menos ainda que possam legislar e publicar documentos como estes que analisamos.
Quando a comunidade académica permite ser orientada por cegos, não pode depois queixar-se.


NÃO, a capa não tem de se usar traçada após o pôr do sol, nem se usa obrigatoriamente no braço em função de hierarquia. Não sejam parvos!
NÃO, nada há na tradição que determine que dentro de edifícios se tem de usar a capa descaída. Não sejam totós!
NÃO, não se fazem dobras na gola da capa em função do ano em que se está, e muito pelos em alusão à instituição frequentada. Não sejam mongos!
TRETAS! Tudo tretas inventadas ou copiadas por quem, de facto, nada percebe disto, mas teve a inconsciência de achar-se capaz de redigir tais erros, sem sequer procurar fundamentar.


Sobre o Uso da Capa (dobras, etc.) leiam AQUI, por favor, e ignorem o que este regulamento diz.





Mais uma falácia. Como diz o povo, "cada tiro, cada melro".
Seria pedir demais que as pessoas lessem, procurassem informar-se, pesquisassem um pouco sobre os assuntos, antes de terem a infeliz ideia de nos impingir mediocridades?

O Luto Académico obedece a um conjunto de protocolos e a uma etiqueta (porque Praxe é isso, e apenas isso: protocolo e etiqueta).
Nada há que determine não se ver branco (como sucede, aliás, para a Serenata Monumental)

 
Sobre o Luto Académico, convidamos a lerem AQUI, como funciona.




PRO(em)BLEMAS
 
Se há um aspecto onde continua a reinar uma verdadeira anarquia é este.
Aquilo que, em boa verdade, é algo simples, foi complicado por gente que, ao que parece, nunca foi bem resolvida.
Inventa-se porque mais fácil e prático do que perder algum tempo a pesquisar e conhecer; porque fazer como bem nos apetece e dá na real gana (ou copiar dos outros, sem questionar) é atalho mais apetitoso.
Como fácil de perceber, pela anotações na imagem, não se aproveita nada deste capítulo dedicado aos emblemas.
 
NÃO, o n.º de emblemas não tem de ser ímpar. Nada há na tradição que o determine, nem lógica sequer para tal (e já acima referimos o mito do números ímpares, fornecendo link para artigo que o explica).
NÃO, não há alinhamentos nem filas, nem determinação de colocação.
Também terão de explicar o que é isso de "emblema de finalista". Conviria deixarem de se guiar por aquilo que as lojas académicas inventam.
NÃO, não há emblemas obrigatórios. Isso é anti-Praxe!
NÃO, os estudante não tem de colocar emblemas segundo esquemas inventados por incompetentes.
NÃO, não podem proibir quem tem traje de colocar emblemas. O traje é um direito inalienável a qualquer estudante e ninguém precisa de ir a essa estupidez de "Traçar da Capa", para poder isto ou aquilo. "Traçar da Capa" é uma invenção estúpida, anti-Praxe, que não existia há uma dúzia de anos e já se usavam emblemas, já se fazia e acontecia, sem precisar dessa besteira.
 
SOBRE EMBLEMAS NA CAPA, LER AQUI!!
 
NÃO, NÃO E NÃO! A capa lava-se quando bem se entender. Não existe nenhum, nenhuma mesmo, razão que sustente que não se pode lavar a capa.
 
Sobre lavar a capa, ler AQUI!!!
 
NÃO, a capa não tem de se usar desta ou daquela maneira por se ser padrinho (isso nem hierarquia é sequer, como já vimos) ou em função da hierarquia. Já acima se explicou, via link fornecido, como funciona o uso da capa.
Deixem-se, portanto, de "paneleirices"!





A questão dos pins é outra onde, pro arrasto do que já sucedia nos emblemas, se difundiu, tal epidemia, uma quantidade de falácias.
Grosso modo, dizer que na lapela se usa apenas 1 pin ou alfinete (qual "tachas" qual quê!).
Que os pins que se poderão usar (no colete apenas) não são uns quaisquer. Há, tal como para os emblemas na capa, uma praxis, um protocolo, uma etiqueta a seguir.
O resto, como são "madeirinhas", "butterfly" e quejandos, não são próprios, nada têm de académico, nada tem que ver e ser usado. São carnaval, são parvoíce ostentada, nada mais.
 
SOBRE O USO DE PINS, LER AQUI!
 
VERGONHOSO!!!!
NA ES DE ENFERMAGEM DE LISBOA, OS PRAXISTAS PROMOVEM O CRIME!!!
 
Aquilo a que chamam de "broche académico", nada mais é do que uma colher de café.
Como já acima se demonstrou (via link para artigo explicativo), tal colher não é lícita; não se deve usar no traje (porque nada tem a ver com Praxe ou Tradição Académica).
Mas o que é verdadeiramente lamentável é que pessoas que, no art.º 4.º do seu código de praxe, enchem o artigo a falar de valores, venham agora fazer a defesa do crime.
Como se pode ler, é suposto que tal "broche académico" seja roubado,para depois ser oferecido.
Isso não é de estudantes sérios, de cidadãos honrados, de pessoas de bem; é de gentalha!
TENHAM VERGONHA!!!
Roubar é crime!
Venham agora falar-nos de valores de justiça!
 
E agora, caros leitores, que juízo lícito todos nós podemos estabelecer sobre os praxistas da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa?
Numa instituição onde os praxistas grafam, preto no branco, o destrato e vil ataque à dignidade das pessoas (no modo como consideram os caloiros e os tratam no art.º 14.º do código, acima tratado) e se faz a apologia e defesa do roubo, como prática de Praxe, que se pode concluir?
E depois queixam-se que a comunicação social isto e aquilo. Na verdade, quem mais contribui para a péssima imagem da Praxe e dos estudantes são casos como este, são práticas como estas, são documentos como os aqui analisados, são estudantes como os autores e subscritores destes documentos (que nem para papel higiénico servem).






Começamos pelo fim: normas do traje e de Lisboa?
Desde quando existe um traje de Lisboa ou normas de Praxe de Lisboa?
Primeiro, o traje, sendo o traje nacional, segue uma tradição, uma tradição uma praxis nacional.
- Sobre a origem do traje e o mito do traje igualizador, ler AQUI;
- Sobre a origem do Traje Feminino, ler AQUI;
- Sobre erros no Traje Feminino, ler AQUI;
- Sobre os cuidados a ter no uso do traje, ler AQUI.;
 Se o traje for outro também tem de cumprir um requisito básico, como sucede para o Traje Nacional: não ter impedimentos ou condicionantes no seu uso, caso contrário, jamais pode ser considerado traje académico.
 
Sobre Trajes supostamente Académicos, ler AQUI.
 
Não há cá lugar a enclaves por burgo ou distritos. Praxe e Tradição Académica são património transversal, pelo que aqui se fala em Praxe Académica, e não em praxe local.
Não há cá, portanto, lugar a normas de Lisboa ou de Alguidares de cima, especialmente quando se trata do Traje Nacional (vulgo "capa e batina").
 
RASGÕES
 
NÃO, não são permitidos apenas a finalistas. Isso não tem qualquer fundamento.
 
Sobre os rasgões na capa, ler AQUI.


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CONCLUSÕES

 


Estamos claramente perante 2 documentos que, para bem de todos, deveriam ser extintos, deitados ao lixo.
Para bem da Praxe, os autores deveriam demitir-se, caso estejam ainda em funções, perante não apenas a sua incompetência, mas pelo conteúdo que defende o crime (roubo) e a humilhação e xenofobia (porque a forma como são tratados e considerados os caloiros, inscreve-se nisso).
Não podemos, em abono da verdade, escamotear as coisas, e muito menos meigos, para com quem assim trata a Tradição Académica. Se é inconsciência ou não, pouco importa: estamos a falar de autores e responsáveis por estes documentos que são (ou foram) estudantes do ensino superior, a quem este grau de ignorância e incompetência em matéria de praxe é inadmissível, para lá do resto.
 
Uma coisa é informalismo jocoso do quotidiano (questionável, nos pontos acima mencionados), mas outra bem diferente (e que implica assumir responsabilidades) é grafar-se num documento que, para todos os efeitos, é público (porque destinado a uma comunidade), determinações que são crime ou atentado à dignidade das pessoas.
 
Estranhamente, ou não, nenhum desses documentos é acompanhado da devida ratificação por quem redigiu e aprovou (no contexto da Praxe, faz-se por decreto que deve acompanhar o documento aprovado e publicado).
Portanto, à partida, são documentos que, á luz da Praxe não são válidos. Por outro lado, são documentos onde os autores não se assumem e isso diz muito.
Se nos sustermos aos documentos, no que à Praxe concerne, mais do que uma sucessão de erros e conceitos errados, são documentos muito incompletos.
Nada sobre critérios de selecção e funcionamento do organismo de praxe; nada sobre insígnias e cerimónia de imposição de insígnias, nada sobre insígnias de praxe (apesar de falarem em trupes); nada sobre como funciona o baptismo do caloiro, nada sobre quais são cerimónias solenes, como a Serenata, por exemplo (determinando como se usa o traje nelas, salvo - a mal - o luto académico); nada sobre o grito académico FRA; nada sobre o gorro da praxe; nada sobre decretos e latim macarrónico; nada sobre Pasta da Praxe e fitas de finalista (insígnias pessoais); nada sobre os limites daquilo que se permite nas praxes; entre outros aspectos não contemplados.
O que temos, parece, são documentos que resultam ou de um exercício invulgar e endógeno de incompetência ou, então, uma cópia mal amanhada (e pior adaptada) de outros códigos (também eles medíocres), naquilo que já aqui designámos de "Copy-Peste" praxístico: ler AQUI.
Para todos os efeitos, comum a ambas as possibilidades está a incompetência dos autores e subscritores.
 
Se houvesse rating para estes documentos, ser-lhes-ia atribuída uma menção bem pior que aquela que as instituições de notação financeira atribuem aos países mais devedores.




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